Papai Noel do Caloteiro
Por: Arimateia Azevedo
Nada mais justo que o governo estadual busque fortalecer a sua base de arrecadação, com campanhas de incentivo e de moralização de todo o sistema de receita ao Tesouro, como no caso da nota fiscal premiada, que estimula a emissão das notas fiscais pelos consumidores, mas, também, exige a contrapartida do contribuinte, que fica obrigado a emitir o cupom fiscal e, nisso, se fixa o comando para o pagamento obrigatório de impostos e taxas. Mas, o leitor há de convir que o Refis de final de ano, outra vez, é uma forma muito generosa de premiar o caloteiro, o que não é justo.
Aquele bom pagador, que se esforçou ao longo dos anos para quitar as suas contas junto ao Detran e à própria Secretaria de Fazenda, vê-se agora prejudicado, porque até mesmo foi compelido a pagar impostos bem pesados e multas pouco generosas, já que a benesse de agora do governo é para os maus pagadores. Veja só, esses maus pagadores foram ou estão sendo aquinhoados com descontos de até 95% de multas para quem faz pagamento integral; 75% para quem parcela o débito em seis vezes, e as bondades continuam em descontos que vão ao menos em 55% da dívida.
Isso demonstra que, no Piauí, o mau pagador recebe o prêmio em dobro. Se, para o governo, essa é uma forma desesperada de buscar recursos, os que pagaram no tempocerto reclamam a ausência de qualquer benefício. Decididamente, Papai Noel chegou mais cedo no Piauí. Para os caloteiros.
Promoção
Generosíssimos, setores da mídia piauiense chegaram a publicar em manchete: “Fábio Abreu tem encontro com Bolsonaro, em Brasília”.
Só esqueceram de dizer que foi num magote de mais de 30 parlamentares em que as estrelas foram o famoso mensaleiro Valdemar da Costa Neto e uns poucos.
Abreu deve ter pego na mão do presidente.