Na última sessão ordinária deste mês, realizada na noite desta quarta-feira (15) a Câmara Municipal de Parnaíba aprovou Moção de Repúdio, proposta pelo vereador Carlson Pessoa, contra o governador Wellington Dias, “pelo que ele vem fazendo com relação à educação no Piauí, onde os professores estão há mais de 64 dias em greve, com o ano letivo praticamente perdido”. E agora, lembrou o vereador, quando todos esperavam que o governo cumprisse decisão judicial do desembargador Joaquim Santana, obrigando o pagamento do reajuste de 6,81% aos professores e 3,95% para os funcionários das escolas, sob multa diária de R$ 15 mil, o Sinte informou em nota, lida em plenário por Pessoa, que o Estado recorreu da decisão proferida pelo governador, razão pela qual os professores decidiram manter a greve.
A vereadora do PT, Fátima Carmino, saiu em defesa do governo, lembrando ser uma professora mas dizendo que tudo decorre da situação financeira difícil do Estado. Esqueceu de citar que o governante estadual é perdulário e não economizou na hora de cooptar lideranças políticas para apoiarem seu projeto de poder na busca do 4º mandato; tampouco lembrou de economizar quando convocou cerca de 15 suplentes para a Assembleia Legislativa. E mais, segundo nota do Sinte, O Fundeb de 2018, por exemplo, teve um incremento de 16, 47% em relação ao do ano passado. E o Fundo de Participação e o ICMS aumentaram 8,46% e 11,35%, respectivamente. O que foi feito dos recursos???
A vereadora Carmino foi mais além ao dizer a Moção de Repúdio era um ato politiqueiro porque “o ano letivo não está comprometido, porque em Parnaíba só duas escolas estão em greve (de no restante do Estado?). Acredito muito meu partido que governou para o social”- frisou.
O vereador Bernardo Lima, em aparte, externou sua preocupação com a proximidade das provas do Enem, quando os alunos estão sem aulas. Lembrou dos escândalos e suposta roubalheira ocorrida na secretaria de educação. Finalizou dizendo discordar que a matéria fosse algo politiqueiro.
“Traduzindo o pensamento do governador ele está naquela do devo, não nego, pago quando puder. E quais os avanços deste governador na educação?´- questionou o vereador irmão Marquinhos, lembrando que “a educação vai ser novamente tema da campanha eleitoral, quando vão dizer de novo que a educação é prioridade. Pelo menos neste governo não é coisa nenhuma, pontuou o vereador.
Votaram contra a Moção de Repúdio os vereadores Reinaldo Filho, que inicialmente disse que iria se apenas abster mas depois votou contra; Ronaldo Prado que, inclusive, pediu licença de 120 dias “para trabalhar para meu governador”, segundo disse; Fátima Carmino, por motivos óbvios; João da Unimagem, Ricardo Veras e Daniel Miranda, todos sob a justificativa de que o não pagamento do piso nacional de salários é por conta da crise financeira. A matéria foi aprovada com 8 votos favoráveis e 6 contra. Dos 17 vereadores 3 estavam ausentes.

