Futuro incerto
O jornal O Estado de São Paulo informa nesta terça-feira, em reportagem publicada em seu portal de notícias, que estão com futuro incerto os investimentos de R$ 128 bilhões no Ceará para plantas de produção de hidrogênio verde.
O Estadão não reporta os investimentos previstos para o Piauí, inclusive com chancela da União Europeia, mas por similaridade, os problemas que atingem o estado vizinho são os mesmos que podem paralisar investimentos em solo piauiense.

Qual o problema?
No caso do Ceará, o que existe é o que o Estadão chama de “descasamento de oferta e demanda na rede elétrica brasileira”.
Isso quer dizer que não há como abastecer os projetos de data center e de usinas de hidrogênio verde no Porto do Pecém, no Ceará, que demandam grandes volumes de energia para funcionar.
Negativo
Os projetos tiveram negados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acesso às redes de energia, sob justificativa de estabilidade da rede.
Isso porque o atual sistema de transmissão de energia elétrica não suportaria a demanda exigida pelos projetos.
Os projetos
Tratam-se de projetos da empresa brasileira Casa dos Ventos para uma planta de hidrogênio verde de US$ 8,4 bilhões (R$ 49 bilhões) e um data center de R$ 50 bilhões, e pela australiana Fortescue, que planeja uma usina de hidrogênio de US$ 5 bilhões (R$ 29 bilhões).
Muita energia
Somente a australiana Fortescue teria entre 1,6 GW e 3 GW de energia.
O problema é que o ONS se deu conta de que as linhas de transmissão não poderiam transportar toda essa carga – o que exigiria obras adicionais em redes.
E no Piauí?
Embora o governo do Piauí assegure que os investimentos em uma planta de hidrogênio verde estejam avançados, o que não se vê, a questão de suporte energético nunca foi devidamente explicada.
Mesmo que haja no Piauí plantas de energia limpa que gerem o bastante para atender a essa demanda, o problema de transmissão certamente é o mesmo que afeta os projetos no Ceará.
