O novo presidente do Iapep, Flávio Nogueira, está às voltas com uma situação grave e séria, que precisa ser urgentemente enfrentada, se de fato ele quiser resolver o problema central do órgão que passará a comandar a partir de fevereiro. As contas de cada mês sempre fecham no vermelho porque os recursos obtidos através dos descontos dos servidores públicos estaduais, não são repassados para a autarquia, ficando retidos na conta única da Secretaria de Fazenda. Em números, o Plamta, por exemplo, arrecada em torno de R$ 7,5 milhões mensais e gasta mais de R$ 6 milhões somente com despesas de órteses, próteses, internações e cirurgias. Como o dinheiro não fica na conta do Iapep, os atrasos nos pagamentos dos procedimentos são constantes e os usuários são obrigados a conviver com os maus tratos e má vontade de médicos e hospitais ao atendê-los. Uma fonte da área médica informou à coluna que existem muitos abusos praticados por profissionais gananciosos que chegam a colocar até 20‘molas’ em uma única cirurgia de crânio. Sabendo-se que o preço de cada uma das tais molas (uma espécie de válvula que é colocada no cérebro) é R$ 6 mil, uma cirurgia chega a custar a astronômica quantia de R$ 120 mil. Não custa lembrar que o SUS paga, pela mesma cirurgia, módicos R$ 1 mil, em nada justificando que o Plamta pague seis vezes mais caro que o Governo Federal e quase três vezes o que pagam os planos privados. Some-se a este tipo de sangria, a indústria de liminares que obrigam o plano a quebrar as carências e autorizar tratamentos caríssimos, ainda não homologados, havendo decisões que fizeram o plano pagar tratamento quimioterápico experimental específico para casos de câncer de ovário, só que o beneficiado era homem. Deste jeito fica difícil imaginar uma solução em curto prazo. Mas se não for para fazer apenas política eleitoreira a nova gestão do Iapep pode mudar esse estado de coisa. Pode sim.
Fonte- Portalaz (Arimatea Azevedo)