Marina: PSDB também perde no Piauí

Não
foi apenas o PT que saiu perdendo no Piauí com a filiação da
ex-senadora Marina Silva ao PSB do governador Wilson Martins. O PSDB
também sai prejudicado no caso. Os petistas perdem porque aumentou a
distância entre eles e o governador Wilson Martins. A estas alturas,
eles só têm a opção de ir para oposição.

Para os
tucanos, a filiação foi prejudicial porque ela ameaça a reaproximação
política entre o governador e o PSDB no Piauí. As conversações,
intermediadas pelo prefeito Firmino Filho, estavam bem adiantadas.
Inclusive já estavam aparadas as arestas entre o governador e o
ex-prefeito Sílvio Mendes, rescaldo da campanha eleitoral de 2010.

A
ida de Marina para o PSB deixou bem claro que os socialistas e petistas
estarão em palanques separados. O PSB já saiu do governo federal para
defender com mais liberdade a candidatura do governador pernambucano
Eduardo Campos à presidência da República. O que cumpre ao PT, agora, é
apenas ocupar seu lugar na oposição, na política estadual. 

Se
esse é o quadro para os petistas, para os tucanos ele não se apresenta
diferente. A filiação de Marina indica claramente que o PSB vai se
apresentar como alternativa competitiva para a eleição de 2014. O choque
com os tucanos se dá justamente porque o PSDB também terá candidato à
presidência, o senador mineiro Aécio Neves.

Nesse caso,
torna-se pouco provável que o PSB do Piauí venha a compor com o PSDB
para a sucessão estadual, como chegou a ser especulado e cujas
tratativas estavam em andamento.  As candidaturas de Eduardo Campos e
Aécio Neves inviabilizam completamente uma aliança estadual entre seus
partidos, no Piauí.

O mesmo raciocínio vale também para o
PMDB. Se vai marchar com a presidente Dilma, apoiando a reeleição dela e
a do vice-presidente Michel Temer, o partido fica sem condição de
receber o apoio do PSB e também do PSDB para uma eventual candidatura do
vice-governador Zé Filho. Pelo menos é isso o que se vislumbra, hoje,
para o primeiro turno das eleições de 2014.