Com o aumento do número de pacientes mais jovens sendo internados nas UTIs por causa da Covid, médicos e autoridades de saúde estão tendo que lidar com um problema adicional. É que esses pacientes, pela reserva natural que possuem, costumam passar mais tempo internados, diminuindo a rotatividade dos leitos. De acordo com o médico Marcelo Martins, médico intensivista e membro da Associação de Medicina Intensiva do Brasil, o tempo médio de internação por Covid, até o ano passado, era de 11 a 13 dias; agora, esse tempo passou para 15 a 18 dias, o que causa impacto direto no giro dos leitos, diminuindo a oferta destes.
Pacientes com mais tempo entubados em um leito de UTI também têm maior probabilidade de desenvolver sequelas graves e até permanentes. Esses pacientes irão necessitar de reabilitação por vários meses. Como se não bastasse, há ainda um outro agravante. A superlotação dos leitos de UTI está levando à escassez de remédios indispensáveis para a intubação. Uma questão que está apavorando os médicos, nas palavras do próprio Dr. Marcelo.
Segundo relato dos Secretários de Saúde de todo o país, 22 medicamentos indispensáveis para intubação dos pacientes estão com estoque reduzidos e com risco de desabastecimento nos próximos 15 dias. Para o Dr. Marcelo, só um esforço conjunto de todas as esferas governamentais pode garantir a compra desses medicamentos em quantidade suficiente para abastecer os hospitais. Do contrário, viveremos dias ainda mais tristes com os pacientes sentindo toda dor e desconforto causados enquanto estiverem entubados.(Por:Cláudia Brandão)