Na Câmara Federal, deputado do Piauí defende lei para colocar rigor nas pesquisas; na Alepi, deputado estadual quer CPI para investigar institutos.
Parlamentares reagem
Nos últimos dias, dois deputados piauienses defenderam medidas contra a profusão de pesquisas eleitorais no Piauí. Um, da base do governador Rafael Fonteles (PT), outro da oposição ao governo estadual.
Oposicionista defende rigor
Na oposição, o deputado federal Júlio Arcoverde (Progressistas) promete empenho na Câmara dos Deputados para coibir e criminalizar a manipulação de pesquisas de intenção de voto. Segundo ele, as pesquisas foram transformadas em instrumentos de propaganda eleitoral. Júlio afirma que a manipulação dos resultados compromete o processo democrático.
“Essas pesquisas, muitas vezes realizadas semanalmente e, em algumas ocasiões, fraudulentas, têm beneficiado apenas aqueles que as encomendam, distorcendo o que deveria ser um recurso estatístico confiável. Elas se transformaram em instrumentos de propaganda eleitoral que afetam o processo democrático e, por fim, a população”, avaliou Júlio.
O deputado disse que procurou a Consultoria da Câmara dos Deputados para discutir a realização de um estudo sobre o tema. O estudo deverá servir de base para a proposição de um projeto de lei ou normativa que imponha mais rigor aos levantamentos eleitorais e dê um freio na farra das pesquisas.
Deputado do MDB quer CPI
Na Assembleia Legislativa do Piauí, o deputado estadual Henrique Pires (MDB), aliado do governador Rafael Fonteles, também defendeu medidas contra o festival de pesquisas eleitorais no estado. Em declaração à imprensa nesta semana, Pires defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alepi para apurar a situação.
Segundo ele, no Piauí tem institutos de pesquisas vendendo resultados manipulados como se fossem verdadeiros. Assim como o deputado federal Júlio Arcoverde, Henrique Pires também avalia que a farra das pesquisas prejudica o processo democrático nas eleições, uma vez que pode interferir na decisão final do eleitor.
Pires ressaltou que existem alguns institutos sérios, mas afirmou que há outros em que “picaretas” vendem resultados e cometem crimes.
Quase 800 pesquisas
Conforme a reportagem do jornal O Globo, foram registradas de janeiro até a metade de setembro no Piauí quase 800 pesquisas eleitorais. Entre as capitais, Teresina lidera com a maior quantidade de pesquisas no País.
Os institutos são os mais variados possíveis. Os resultados idem. Na sede de algumas dessas empresas que fazem pesquisas não há sequer expediente diário. Quem chegar vai encontrar portas fechadas e nenhum funcionários trabalhando, nem mesmo um recepcionista. Apesar disso, algumas ganham rios de dinheiro fazendo pesquisas para todo gosto.(Gustavo ALmeida)