A denúncia foi apresentada à Vara Única da Comarca de Ilha Grande no último dia 7 de julho. A investigação teve início a partir da extração de dados de celulares apreendidos, principalmente o de João Batista Albino Filho, também vinculado ao PCC. O conteúdo revelou a existência de uma estrutura organizada, com divisão de funções entre os membros, registro de datas de “batismo”, envio de fichas cadastrais e troca de informações sobre ações da facção.
Foto: GP1
Os arquivos revelam ainda fotos e vídeos de armas de fogo, drogas e práticas violentas, além de conversas que evidenciam o planejamento de crimes, como tráfico e homicídios. Segundo o Ministério Público, os denunciados mantinham contato com lideranças da facção em outros estados e atuavam na difusão da ideologia criminosa do PCC.
O órgão ministerial destacou que o grupo seguia um modelo hierárquico rígido e demonstrava coesão em suas ações, adotando estratégias para ampliar a influência do grupo na região. Parte dos investigados justificou a adesão à facção como forma de proteção diante de ameaças do Comando Vermelho, o que, segundo a acusação, não reduz a gravidade dos atos praticados.
Os quatro foram denunciados com base no artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, que trata da participação em organização criminosa, e no artigo 1º da Lei nº 9.613/1998, referente à lavagem de dinheiro. O MP pediu o recebimento da denúncia, a citação dos réus para apresentação de defesa e a designação de audiência para coleta de provas.
Operação Arcano
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Piauí (FICCO/PI) deflagrou no dia 29 de abril a Operação Arcano, com o objetivo de desarticular uma facção criminosa envolvida com o tráfico de drogas em diversos estados do país. O foco das diligências foi cumprir 24 mandados judiciais, sendo 16 de prisão temporária e 8 de busca e apreensão.
As ações ocorreram nas cidades de Teresina, Parnaíba, Picos, São João do Piauí e Ipiranga. Todas as ordens judiciais foram expedidas pela Central de Inquéritos de Parnaíba. A investigação que culminou na nova operação teve como base a análise de materiais apreendidos durante a Operação Nota Final, realizada em novembro de 2024 pela própria FICCO/PI.
Os documentos e aparelhos apreendidos revelaram informações estratégicas e detalhadas sobre a atuação da facção, incluindo a existência de núcleos internos organizados e a participação de novos integrantes no esquema criminoso. Com base nessas descobertas, os investigadores conseguiram aprofundar o mapeamento da estrutura da organização, que possui forte atuação no tráfico interestadual de entorpecentes. (Davi Fernandes/Gp1)