No Brasil e no mundo, o jornalismo vive uma fase de grave crise e perplexidade

               Charge do André Dahmer, reproduzida do Arquivo Google
Carlos Newton
Não se esperava que a internet fizesse o estrago que está fazendo. Acreditava-se que a velha imprensa escrita resistiria com maior facilidade à liberalização da informação imediata, em tempo real. Mas a realidade da internet tem sido cruel. As editoras de jornais e revistas estão enfrentando uma crise colossal, seus dirigentes estão perplexos e não sabem o que fazer. As soluções que tentam implantar chegam a ser patéticas.
Para buscar a recuperação, jornais e revistas tentaram se adaptar de uma forma equivocada, criando produtoras de televisão em suas redações. Surgiram assim a TV Folha, TV Estadão, TV Veja, TV Correio Braziliense, é um nunca-acabar de “emissoras” improvisadas, que praticamente só exibem vídeos de “falações” – a denominação que os verdadeiros profissionais de TV dão a esses chatíssimos programas de entrevistas e/ou comentários.  E até O Globo entrou nessa furada.
FALSAS EMISSORAS – Ao invés de investir na contratação de bons jornalistas para melhorar o nível dos produtos, garantir a fidelidade dos leitores e atrair anunciantes, os dirigentes das empresas da mídia impressa ficam jogando dinheiro fora com essas falsas emissoras, que custam caro e não lhes garantem prestígio, leitores nem… faturamento. Na verdade, não há retorno, basta conferir o chamada relação custo/benefício,  estão a desperdiçar preciosos recursos  em época de crise.
É claro que jornais e revistas têm de investir em seus sites, mas a qualidade deles jamais dependerá da exibição desses entediantes vídeos de comentários e entrevistas, cujo teor logo fica ultrapassado pela incessante dinâmica da internet. Com toda certeza, a qualidade dos sites está diretamente ligada ao desempenho de seus jornalistas de verdade, e nessa profissão é preciso matar um leão por dia, não dá para embromar.(Tribuna da Imprensa)

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