Novo governo patrocina ‘enxurrada’ de suplentes

Por:Zózimo Tavares
Eleito no primeiro turno, com 63% dos votos, o governador Wellington Dias, diplomado ontem à noite, se prepara para tomar posse no dia 1º cercando-se de todos os cuidados para assegurar as condições de governabilidade. Por isso, as conversações já entabuladas por ele garantem a convocação de pelo menos cinco suplentes de deputado estadual e de mais dois ou três federais.
As articulações do governador objetivam acomodar os companheiros e aliados de sua base. Ele repete a mesma generosidade de seus dois mandatos anteriores no Palácio de Karnak. Nesse período, mandou para a Assembleia Legislativa um exército de suplentes dos quais o Piauí não tinha a menor necessidade.
O novo governador e sua equipe de transição têm alardeado que as condições financeiras do Estado são precárias. É possível que haja algum exagero nesse alarde, mas ele não é de todo infundado. O próprio governador Zé Filho tem dito que falta dinheiro em caixa e que está pagando os salários do funcionalismo com sacrifício.
Talvez a despesa pela convocação de cinco suplentes de deputado estadual não seja tão expressiva, ao ponto de inviabilizar o novo governo. No entanto, o gesto político que patrocina essa convocação joga por terra todo o discurso do novo governo em defesa da contenção de gastos públicos a partir de janeiro.
Ora, se o governo não tem dinheiro para manter no emprego humildes pais de famílias e jovens contratados como terceirizados, como terá para mandar pagar tantos suplentes de deputado? Se o governador tivesse alguma dificuldade de sustentação parlamentar, até que isso seria compreensível. Mas não tem. Não há qualquer hostilidade ao seu governo na Assembleia. Pelo contrário.
Fica difícil acreditar, portanto, que Wellington Dias vai fazer diferente em seu novo mandato. E talvez não precise mesmo fazer diferente. Foi assim, afinal, procurando locupletar a todos à sua volta que ele venceu todas as eleições que disputou para o Governo do Estado, conseguindo ainda a proeza de se eleger sempre no primeiro turno.
  

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