O fim da era PT-PSDB

A análise dos resultados das últimas pesquisas de intenção de voto para presidente da República, indicando a ascensão meteórica da ex-senadora Marina Silva, candidata do PSB, reforça a leitura de que a histórica polarização entre o PT e o PSDB chega ao fim. A queda de braço entre os dois partidos já dura 20 anos.
Ela começou em 1994, quando o ex-ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, disputou a presidência da República com o maior líder do PT, o ex-líder sindical e ex-deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva. O tucano venceu o pleito ainda no primeiro turno. Lula tentou o revide em 1998 e foi outra vez derrotado também no primeiro turno por FHC.
Na quarta tentativa de chegar à presidência (a primeira foi em 1989, contra Fernando Collor), Lula, enfim, chegou lá, em 2002. Foi a primeira derrota que o PT impôs ao PSDB, ao vencer no segundo turno o ex-governador de São Paulo, José Serra. Lula ganharia dos tucanos novamente em 2006, vencendo outro ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no segundo turno.
O placar estava em 2 a 2 quando Lula puxou mais uma vitória para o PT. Foi em 2010, quando ele apresentou a ex-ministra Dilma Rousseff como candidata à sua sucessão. O PSDB escalou novamente o ex-governador José Serra para enfrentá-la. A disputa foi para o segundo turno e a petista, que nunca havia disputado um mandato, foi vitoriosa.
O PSDB já estava virando freguês do PT e iria confirmar isso nas eleições deste ano. Tudo estava saindo conforme o figurino traçado pelo Partido dos Trabalhadores, com a presidente Dilma liderando a corrida pela reeleição, tendo o tucano Aécio Neves como segundo colocado. A dúvida era se ele seria derrotado logo no primeiro ou no segundo turno.
Mas eis que, de uma tragédia, explode nas pesquisas uma candidata lançada à última hora, a ex-senadora Marina Silva. Ela já tomou o segundo lugar do candidato do PSDB e ameaça concretamente a reeleição da presidente. Os petistas saíram da zona de conforto e não sabem como enfrentar a reversão do quadro eleitoral. Pela primeira vez, eles não veem luz no fim do túnel neste que se configura como o começo do fim da polarização entre petistas e tucanos. E, consequentemente, da era PT-PSDB.

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