Wellington Dias e Rodrigo Maia, em Teresina
Por: Zózimo Tavares
O fim do mundo está próximo, muito próximo, pelo menos no Brasil. Ele se dará em 2023. A previsão foi feita ontem, em Teresina, pelo presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), com outras palavras, naturalmente. São elas:
“Sem a reforma da Previdência, o país vai quebrar em 2023. O Brasil, os Estados e municípios, a relação dívida-PIB vai crescer muito mais rápido. Daqui a pouco os investidores não vão mais querer financiar a dívida, vamos voltar a ter moratória, voltar a ter inflação, pouca capacidade de investimento privado. Vamos voltar ao ciclo da década de 80, que foi um ciclo muito ruim”, avisou.
Vendendo a reforma
O presidente da Câmara dos Deputados veio a Teresina para pregar a necessidade e a urgência da reforma previdenciária e ouvir o governador Wellington Dias e a bancada federal piauiense sobre a questão.
De acordo com Rodrigo Maia, a reforma deverá entrar em votação no Congresso no início de junho. Até haverá um debate nacional sobre o tema.
Ontem, o governo anunciou os principais pontos da reforma da Previdência. O presidente Jair Bolsonaro defende idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres, no final do período de transição, que duraria 12 anos.
O encontro no Piauí
O presidente da Câmara Federal falou sobre a necessidade da reforma da previdência, mas não explicou porque não faz esse encontro com a bancada piauiense para cabalar voto lá em Brasília.
Mas deve ser um motivo muito relevante, pois a quinta-feira é um dia de trabalho normal no Congresso, que só toma deliberações de terça a quinta-feira. E o Congresso acaba de sair de um recesso.
Por acaso, os deputados do Piauí não estão andando lá na Câmara? É possível que isso esteja acontecendo já no comecinho do mandato, quando ainda nem esquentaram suas cadeiras?
Que voto a mais o deputado espera conseguir da bancada do Piauí, se ela já vota fechado com o governo, à exceção de uns dois parlamentares do PT?
Quanto ao governador, este está em Brasília com frequência, até mais de uma vez por semana. Não seria difícil agendar um encontro com ele por lá.
Em tempos de crise, o presidente da Câmara está apenas queimando mais gasolina de avião oficial por conta do contribuinte. E também ajudando a desperdiçar mais dinheiro da nação para fazer no Piauí um encontro que poderia muito bem ser realizado em Brasília.
É com gasto desnecessário, porém, que ele vem falar de rombo nas contas públicas!