O perigoso desmanche da educação

Por: Cláudia Brandão

É assustadora a preocupação com o desmonte da educação que está se formando no Brasil. A decisão do atual ministro da Educação, Abraham Weintroub, de cortar 30% das universidades federais, sob o argumento de que essas instituições são celeiros de marxistas é, no mínimo, ridícula. Não existe nação desenvolvida sem uma universidade forte, independente e bem estruturada. Universidades são locais de ensino, pesquisa e extensão e, também, da formação do pensamento crítico dos alunos, o que só é possível por meio de um debate livre e plural.

A perseguição aos cursos da área de humanas, como sociologia e filosofia, é rasteira, própria de regimes fascistas. Não há nenhuma razoabilidade no argumento levantado pelo ministro de que quem quer estudar sociologia que pague pelo seu curso. Isso é querer tolher a liberdade de escolha de uma profissão. Onde está a autonomia do aluno para seguir a sua vocação? Quer dizer, então, que alunos pobres que não tenham aptidão para os cursos da área técnica ficarão sem estudar por uma decisão autoritária e partidária do ministro?

Educação, segundo reza a Constituição brasileira, é direito de todos os cidadãos. E não apenas daqueles que querem estudar engenharia ou medicina. Quanto maior o nível de letramento de um povo, maior o grau de desenvolvimento e prosperidade de país. O mundo está mudando e o ministro parece não ter se dado conta disso. Muitas das profissões atuais nem existirão daqui a dez, vinte anos, mas as habilidades desenvolvidas nas áreas de humanas serão cada vez mais exigidas no mercado de trabalho. Alguém precisa atualizar o ministro do novo tempo que está chegando

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