Oposição acusa governo do Estado de mais uma manobra

Uma audiência pública para discutir o escândalo dos empréstimos consignados do governo do Estado, onde o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou desvio superior a R$ 200 milhões, estava prevista para acontecer nesta quarta-feira (4) na Assembleia Legislativa do Piauí. O encontro para que a gestão estadual levasse explicações sobre as denúncias havia sido proposta pela oposição. Os convites foram enviados, as entidades compareceram, mas ninguém do governo deu as caras para explicar as graves suspeitas.

De última hora, a deputada estadual Liziê Coelho (MDB), presidente da Comissão de Administração Pública, enviou ofício cancelando o encontro e adiando a audiência. Conforme o documento, o motivo do adiamento foi uma viagem do secretário de Fazenda Antônio Luis Soares. A explicação não convenceu a oposição, que dize se tratar de mais uma manobra do governo para não dar explicações sobre as irregularidades apontadas no relatório técnico do TCE. Segundo as denúncias, o governo estaria descontando o valor das parcelas no contracheque dos servidores, mas não as repassando para os bancos.

“A gente interpreta como uma manobra do governo. O governo não tem uma explicação convincente a dar sobre esse problema. Os funcionários públicos estão recebendo cobranças em casa, de dívidas que eles não têm. Porque esse empréstimo é descontado diretamente no contracheque. Mesmo assim, os funcionários estão recebendo cobranças das instituições financeiras. O governo não tem como explicar o que está fazendo com o dinheiro que não é dele, pois desconta e não repassa aos bancos”, falou o deputado Gustavo Neiva (PSB).

O parlamentar afirma que é muito estranho o governo alegar viagem do secretário como motivo para adiar a reunião. Além de disso, lembra que outras pessoas poderiam representar Sefaz na audiência. Ele ainda questiona o fato da viagem ter surgido de repente, a princípio, sem nenhuma programação.

“Assim fica difícil. Uma secretaria do porte e da importância da Secretaria de Fazenda só ter uma pessoa que pode responder por essa secretaria. Por isso acho que o estado está nessa situação financeira caótica. Outra dúvida: essa viagem não estava programada? Por que não comunicaram a gente antes? Isso foi um desrespeito e uma descortesia para a Assembleia e para os convidados, como servidores públicos, instituições financeiras e outros entes que fazem parte dessa problemática dos empréstimos consignados”, falou.

(Gustavo Almeida)

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