Entidades representativas de pescadores no Piauí denunciam a ação de uma quadrilha que está sacando ilegalmente o dinheiro do seguro-defeso. Os saques foram realizados em outros estados do país, como Tocantins, Para, Goiás, São Paulo e Maranhão.
As vítimas já registraram Boletim de Ocorrência nos distritos da Polícia Civil e os casos serão encaminhados para a Polícia Federal, pois os saques foram realizados por meio do cartão do cidadão da Caixa Econômica Federal, nos terminais da referida agência.
A quadrilha sacou em uma única vez toda a parcela do seguro, referente a quatro salários-mínimos, totalizando R$3.748, ou seja, o prejuízo para cada pescador foi de quase R$ 4 mil.
Pescadores de Luís Correia, Parnaíba, Ilha Grande, Campo Largo, Jardim do Mulato, Buriti dos Lopes, Cabeceiras e Amarante foram alguns dos que foram lesionados.
As entidades também denunciam o atraso no pagamento do seguro-defeso 2017/2018, referente aos meses da piracema, período em que os pescadores estão proibidos de trabalhar para respeitar o ciclo reprodutivo dos peixes, entre novembro de 2017 a março de 2018. O dinheiro só foi liberado em junho deste ano.
“Quando o pescador chega para sacar o dinheiro ele já está sacado em outro Estado”, relata o presidente do sindicato dos pescadores de Amarante, Francisco Soares e São Francisco do Maranhão, José Arimatéia Ferreira. O sindicato atende cerca de 600 pescadores, desses pelo menos cinco já identificaram o furto.
O sindicado dos pescadores de Parnaíba relatou que os saques ocorrem, principalmente, assim que o dinheiro cai na conta, e em alguns casos o Cartão do Cidadão foi cancelado.
“Os pescadores passam meses sem pescar devido a piracema, precisa pagar contas, o seu sustento diário, da sua família. Eu pedi para eles pediram o extrato bancário e fazer o B.O. Em seguida, agora nós vamos a Polícia Federal prestar queixa e pedir que a Caixa Econômica tome as medidas necessárias para que o pescador não fique lesionada. Ela que é responsável pelo sistema dela”, disse o presidente do sindicato Francisco Nunes, que está tentando resolver a falta do dinheiro para, até o momento, três pescadores.
Na área do sindicato de Ilha Grande, o presidente do sindicato dos pescadores, Lucimar Rodrigues, afirmou que na região já são pelo menos 10 vítimas identificadas. “Eles chegaram para sacar o dinheiro, não tinha dinheiro e não foi o pescador que sacou. Os pescadores ficam os quatro meses sem trabalhar, comprando nos comércios (em crédito), contando com esse dinheiro para pagar e agora está sem o dinheiro. A gente fica aflito”, concluiu. Fonte: Cidadeverde. Fotos: THEd/proparnaiba/ilha. Edição: APM Notícias.