Por:Fernando Gomes(*)
O Projeto “Prefeitura nos Bairros” foi aberto oficialmente na noite do dia 05 de julho com uma missa em ação de graças celebrada na Igreja de Bom Jesus do Bonfim na comunidade da Pedra do Sal. O prefeito Florentino Neto (PT) e sua equipe foram lançar a ação que tem o objetivo de “aproximar a gestão do povo”.
Não posso ver isso sem emitir minha opinião. Na verdade nem sei por onde começar: Proselitismo? Hipocrisia? Covardia ou Sacanagem mesmo? O que está por trás da decisão de somente agora olhar e ouvir as pessoas? O governo acordou ou segue uma estratégia de poder? Há sinceridade na ação ou eu exagero?
O fato é que o governo fez uma pesquisa para avaliar a atual administração e uma grande maioria se posicionou reprovando a atual gestão, dentre as questões da baixa cotação está o distanciamento deles para com o povo. Assim a estratégia é ir pra rua. A mesma receita que Lula deu à Dilma.
No lançamento do projeto já entra a sanha de mostrar uma religiosidade que não se traduz na prática diária. Seria justa a lógica Cristã com que governam a cidade? De que valem as vitórias nos pleitos eleitorais, os apoios das lideranças políticas em troca de cargos governamentais, a opulência do poder, se conquistados na falta de zelo no trato da coisa pública? Onde está o amor e a solidariedade com os mais fracos e necessitados? O poder quando não serve ao bem-estar social, não serve!
Para tentar compreender este comportamento recorro ao Professor Avram Noam Chomsky, linguista, filósofo e ativista político estadunidense autor de “Silent Weapons for Quiets Wars” (Armas Silenciosas para Guerras Tranquilas). Ele mostra a estratégia para vencer: não trabalhe nos dois primeiros anos; procure saber quem pode atrapalhar seus planos e mantenha vigilância permanente sobre seus passos; traga para o seu lado as principais lideranças; não promova educação de qualidade, pois o conhecimento promove a independência do indivíduo e forma um caráter humano progressista; na área da saúde mantenha um serviço de atendimento básico razoável, sem trabalhar a atenção básica, pois as pessoas doentes vão precisar de atendimento depois…; próximo do pleito pinte os meio-fios, tape os buracos e troque algumas lâmpadas nos postes de iluminação pública, as pessoas têm memória curta, vale o pouco que você fizer.
Parece que a receita maquiavélica está em curso. Começou a saga pela reeleição. A Pedra do Sal foi o laboratório. A Escola Municipal João Severo recebeu moradores, representantes do executivo, do legislativo e profissionais de diferentes áreas da administração. Foram desenvolvidas ações nas áreas de saúde, esporte, lazer, ação social, regularização fundiária dentre outros serviços. Importante ação se fosse desprovida de outros interesses e se tivesse um caráter contínuo.
É que já se passaram 30 meses de sua administração. Será que o prefeito “surtou” e descobriu que o “povo” precisa ser ouvido, precisa ser atendido em ações básicas como aquelas que foram desenvolvidas durante a semana com a comunidade da Pedra do Sal?! Não fosse a intenção maligna de “querer recuperar” a popularidade estaria aqui para hipotecar solidariedade a esse modelo de gestão. O fato é que o governo Florentino Neto é medíocre e tenta enganar os desprovidos de informação. Deveria fazer uma análise e se envergonhar! Usa as pessoas como se fossem marionetes. Vai às ruas agora para fazer o que não fez em quase três anos de mandato. Uma clarividência do jogo sórdido da politicagem que ele faz como ninguém.
Este governo não tem nenhuma ação estruturante para mostrar. Apenas uma “maquiagem” para fazer uma boa foto. Nem mesmo o fato de contar com o Governador e a Presidente da República do seu PT, nem assim consegue obras que mude a realidade da cidade, criando oportunidades de emprego e melhorando a vida daqueles que foram sempre excluídos. A violência e o avanço das drogas vêm a galope! Ninguém nasce para ser bandido, isso é uma invenção social de um modelo de organização desprezível como a nossa!Cadê a conclusão do DITALPI? O Matadouro? O Saneamento Básico? A Vila Olímpica? A Usina de Asfalto? O Veículo Leve sob Trilho-VLT? O Shopping dos Camelôs? A Cidade Administrativa? O Sistema de Drenagem do bairro Piauí (Piscinão)? A Requalificação das Barracas da Pedra do Sal? E a Beira Rio?
Como dito, este é um governo medíocre que não tem um plano de ação de enfrentamento das questões estratégicas, nem básicas, mas que está consciente que vivemos num sistema político frágil e corrupto. Está marchando para reeleição e precisa demarcar o seu espaço. Isso é o que lhe interessa!
O eleitor não vota na pessoa, vota na imagem. A imagem que vale é a mais atual. Fazer um calçamento, asfaltar uma rua agora vai desfazer a velha imagem da pessoa do gestor omisso e incapaz de imprimir uma política virtuosa que se deseja para Parnaíba. As pessoas esquecem com facilidade o que sofreu durante quase três anos: filas nos postos de saúde, buraqueira, empreguismo, violência…
Contudo vos alerto lembrando Millôr Fernandes: “Vocês não sabem como é divertido o absoluto ceticismo. Pode-se brincar com a hipocrisia alheia como quem brinca com a roleta russa com a certeza de que a arma está descarregada”.
(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.
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Wellington Dias afirma que não há mais como salvar a Agespisa / Foto: João Brito Jr/O Olho
esses marrecos, que o povo chama de deputados, perderam mesmo a vergonha e o censo crítico do compromisso ético, moral e político. Não duvidem de ter deputado na ALEPI, sem ter a consciência de que foi eleito pelo povo para fiscalizar o Executivo e não para ser xeleléu de governador. Não se conseguir 10 assinaturas entre os 30 deputados, revela o quanto o povo é mal representado, enganado, ludibriado em sua boa fé. Muda besta, não vota mais nele não, vota noutro!
Leandro Mazzini – Coluna Alvorada
Merlong Solano
