O Palácio de Karnak firmou um contrato em regime de emergência no valor exato de R$ 628 mil para abastecer sua cozinha com carnes nobres filé mignon, cordeiro, contra filé e outros cortes que raramente chegam à mesa da maioria dos piauienses. A justificativa de urgência para adquirir produtos de luxo, sem licitação, é o primeiro estranhamento da lista. Pelos números apresentados, o palácio consumiria mais de 170 quilos por dia útil dessas carnes premium, um volume que não combina com a rotina de um prédio administrativo.

Parece menos uma contratação emergencial e mais a manutenção de um cardápio de excelência digno de hotel cinco estrelas bancado com dinheiro público. Enquanto o interior do estado enfrenta situações básicas como falta de água potável, a prioridade no Karnak parece outra: garantir que jamais falte filé mignon fresco no almoço oficial. Pouca transparência, muito requinte. E um detalhe que o contribuinte não pode ignorar: essa conta de R$ 628 mil não sai da cozinha sai do bolso do povo.(Silas Freire)