Piauí e Maranhão, historicamente apontados como dois dos estados mais pobres do Brasil, caminham para um paradoxo cada vez mais evidente: são líderes em pobreza, mas campeões em impostos.

Em 2025, os dois estados passam a ocupar o topo do ranking nacional da maior alíquota padrão de ICMS, o imposto que incide diretamente sobre consumo de mercadorias e serviços e pesa, sobretudo, no bolso da população mais pobre.
O Maranhão terá a maior alíquota do país, fixada em 23%, enquanto o Piauí aparece logo atrás, com 22,5%, percentual que entra em vigor a partir de abril de 2025. Nenhum outro estado brasileiro alcança esse patamar de tributação sobre o consumo.
A contradição salta aos olhos quando esses dados são confrontados com os indicadores sociais. O Maranhão é frequentemente apontado como o estado com menor renda média do Brasil e altos índices de pobreza. O Piauí, por sua vez, figura de forma recorrente entre os estados com menores indicadores de renda per capita e maiores taxas de vulnerabilidade social.
Na prática, isso significa que a população que menos ganha é a que mais paga imposto proporcionalmente, já que o ICMS incide de forma igual sobre ricos e pobres, mas pesa muito mais sobre quem consome quase toda a renda em itens básicos como alimentação, energia e transporte. (Fonte: O Piauiense)