Por: Cláudia Brandão
É impressionante como os piauienses gastam praticamente todo o tempo que deveria ser dedicado à gestão e planejamento em articulações para as próximas eleições, sejam elas estaduais, federais ou municipais. Mal concluído o pleito deste ano, que paralisou o Estado durante um semestre inteiro, e os políticos, eleitos ou não, já estão de olho nas eleições municipais de 2020.
Isso é típico de quem faz da política profissão, esquecendo-se da missão de cuidar de quem os elege. Os eleitos sequer foram diplomados e tomaram posse em seus cargos, mas já estão especulando disputar o próximo pleito.
Quem assiste a essa eterna disputa por cargos políticos até imagina que o Piauí é um estado rico e sem graves problemas para resolver. No entanto, as dificuldades só crescem por aqui. A segurança pública está um caos, com cidadãos assaltados e/ou assassinados rotineiramente à luz do dia, sem qualquer constrangimento por parte dos bandidos.
Ontem de manhã, uma professora da Universidade Federal do Piauí viu sua casa ser invadida por cinco ladrões armados, que fizeram um “limpa”, levando vários pertences e um dos carros da família. Os criminosos saíram tranquiliamente, na certeza de que podem agir impunemente sem serem importunados pelo aparelho de segurança, que parece não existir.
Tão triste quanto a situação da violência é a da falta da assistência em saúde pública. Médicos do interior, quando questionados por que direcionam seus pacientes para a capital, alegam que, nos municípios onde trabalham, não há mínimas condições de tratar os doentes porque faltam equipamentos, medicamentos e a estrutura é precária. Os insumos básicos podem até faltar, mas a energia para disputar eleições é infinita, o que nos faz pensar que este deve ser um negócio bastante lucrativo.