Cara Alegre do Piauí

Por:Zózimo Tavares

O professor Cineas Santos, cabeça do projeto cultural “A Cara Alegre do Piauí”
Recebi como release, mas assino embaixo, por conhecer os passos do movimento, a partir de sua segunda fase: há 34 anos, um grupo de jovens (Paulo Machado, Rogério Newton, Fernando Costa, Margareth Coelho e Alcide Filho), liderado pelo professor Cineas Santos, decidiu estabelecer uma ponte cultural entre Teresina e o sertão do Piauí. Amontoados num velho fusca, sem nenhum patrocínio, visitaram São Raimundo Nonato, Floriano, Oeiras e José de Freitas. Por falta de gasolina para o fusca, o projeto não vingou. Ainda assim, as sementes já estavam lançadas e, de certa forma, mesmo com o número mínimo de participantes, o projeto continuou vivo, buscando o necessário diálogo entre os trabalhadores culturais da capital e do interior.
Em 1997, em Parnaíba, o projeto foi rebatizado com o nome de “A Cara Alegre do Piauí”, ideia do professor e poeta Fernando Ferraz. Para convencer Cineas a aceitar o novo “rótulo”, Fernando usou um argumento irrefutável: “Já estamos cansados de mostrar a cara triste do Piauí. O máximo que conseguimos foi a piedade de alguns e o escárnio de muitos. Vamos mostrar o que o nosso estado tem de melhor: a nossa cultura, a cara alegre de nossa gente”.
Rebatizado, o projeto percorreu praticamente todo o Piauí, de Parnaíba a Guaribas, ensinando, aprendendo, compartilhando vivências e experiências. Não por acaso, o slogan do projeto é “O saber não compartilhado é inútil”. Enquanto se lê esta nota, alunos e professores do município de Pio IX estão participando de aulas de literatura piauiense, cordel, dança, teatro, violão, escultura em argila, xilogravura e canto coral. Durante três dias: 23,24 e 25 do mês em curso. 
Entre outros caravaneiros, encontram-se em Pio IX, Cineas Santos, Ilza Bezerra, Adelino Frazão, Jeferson Barbosa, Gilson Caland, Josafá, Carla Fonseca e Lorena Campelo. Para o mentor do projeto, Cineas Santos, “Compartilhar é um verbo que precisa ser conjugado com mais frequência. Se nada tivéssemos a ensinar, muito teríamos a aprender. A convivência é sempre instigante e enriquecedora. O projeto é uma usina de beleza e alegria”, esclarece.
É isso mesmo!

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