Presente de Grego


Aos poucos, as pedras do quebra-cabeça começam a se encaixar e passo a entender por que o senador Wellington Dias não quis deixar um petista em sua cadeira. Com a aprovação de que dispunha e a caneta na mão, Wellington elegeria até um poste como governador. Mas ele preferiu buscar o seu sucessor num partido aliado, o PSB.
Como se sabe, tal missão coube ao então vice-governador Wilson Martins. Ao receber a candidatura oficial e o comando da sucessão estadual, Wilson ficou devendo o favor ao antecessor. Com tal jogada política, Wellington elegeu quem bem quis e derrotou quem bem quis nas eleições do ano passado. O resultado do pleito é notório.
Logo que sentou na cadeira, Wilson começou a sentir um certo desconforto. Botou o pé no freio da farra dos carros alugados…  Mas parou por aí. Estava em campanha. Não podia reclamar. Meteu o pé na estrada e ganhou a eleição. Passou a campanha inteira dizendo que a situação do Piauí era invejável. E rebatia os adversários: dizer o contrário era coisa de pessimista. 
Mal sentou na cadeira para o segundo mandato, explodiram greves em várias categorias do funcionalismo. E por quê? Porque o governo não cumpriu acordos salariais feitos com os servidores. E não cumpriu exclusivamente por falta de dinheiro. Mas o governo não apregoava que a situação financeira do Estado era equilibrada? Pois é!
Além de um estado quebrado, Wilson recebeu também um governo endividado. No último ano de seu mandato, Wellington tomou emprestado mais de R$ 1 bilhão. Até hoje o Estado não prestou contas da aplicação desse dinheiro. 
Os números começam a aparecer agora: a dívida pública é de R$ 2,3 bilhões. Todo mês o Estado desembolsa R$ 60 milhões com o pagamento dessa dívida. E ainda tem que desembolsar mais R$ 30 milhões para cobrir débitos previdenciários e R$ 5 milhões para os precatórios. E existe uma dívida de R$ 14 bilhões com a Previdência. A bomba explodirá a qualquer momento.
Além dessa dívida pública astronômica, o Governo do Piauí deve muito na praça. Por conta disso, obras e serviços públicos foram paralisados.
No buraco e com as mãos na cabeça, o governador Wilson Martins, sem ter dinheiro para fazer nem um muro de um estádio ou de um cemitério, está tomando mais dois empréstimos, um de 550 milhões de dólares e outro de R$ 300 milhões. 
Por que o Wellington Dias haveria de entregar um estado nestas condições a um companheiro do PT e queimá-lo, dificultando a volta dele ao governo?(Zózimo  Tavares)



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