A coluna “Mercado Aberto” destaca que a Eletrobras no Piauí, bem como as outras cinco em processo de privatização, podem não ter comprador. O sucateamento das instalações e dívidas bilionárias da estatal no Norte e Nordeste motivam a possível falta de arremate dos empresários do setor energético. O texto da jornalista Maria Cristina Frias foi publicado na última segunda-feira (02/04) pela Folha de São Paulo.
A coluna ouviu executivos do setor, que destacaram que todas ou quase todas as companhias estão com problemas bem maiores do que foi repassado inicialmente. Segundo a colunista, os depoimentos foram dados sob a condição de a identidade das fontes não ser revelada. Caso não haja compradores, a Eletrobras deverá liquidar as distribuidoras no Piauí, Amazonas, Acre, Alagoas, Rondônia e Roraima.
INFRAESTRUTURA SUCATEADA
Em 2017, por exemplo, as respectivas distribuidoras geraram um prejuízo de R$ 4,18 bilhões. As “due dilligences” (auditoria dos ativos e de seus riscos) nas empresas têm encontrado problemas de duas naturezas. Uma delas diz respeito à qualidade da infraestrutura. Os especialistas, porém, detectaram problemas ainda mais graves, conforme os executivos do setor usados como fontes.
DÍVIDAS
O outro problema é relativo a pendências de dívidas na Justiça e na esfera administrativa. Parte dessas distribuidoras tinha um subsídio para funcionar, quando precisavam de gás, e ao mesmo tempo, deviam para fornecedores. Esse passivo foi assumido pela Eletrobras, mas ainda há riscos, afirmam executivos. Há casos em que os estados cobram ICMS com base nos subsídios recebidos.( por: Edrian Santos)