Quadrilha aplicou golpe de R$ 1,6 mi por meio de fraudes em emplacamento no Detran-PI

A Polícia Civil desarticulou nesta quinta-feira (26) um grupo criminoso acusado de fraudar emplacamento de veículos no Departamento de Trânsito do Piauí (Detran-PI) para conseguir financiamento em instituições financeiras. Os alvos são líderes da mesma quadrilha investigada na operação que resultou na morte de um agente da Polícia Civil do Piauí na cidade maranhense de Santa Luzia do Paruá. Foram cumpridos cinco mandados judiciais e duas pessoas foram presas. Três ainda se encontram foragidas.

Quadrilha criou ao menos 37 carros fakes com documentos falsos

Um dos alvos da prisão preventiva expedida hoje (26) é o acusado de atirar e matar o agente Marcelo Soares da Costa, do Departamento de Repressões às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). Bruno Manoel Gomes Arcanjo já se encontra preso e é réu no processo pela morte de Marcelo. Agora, ele responderá também pelo envolvimento no esquema de fraudes em emplacamentos de veículos junto ao Detran-PI.

Conduzida pela Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Deccor), a operação de hoje identificou um esquema criminoso estruturado e executado por meio do pagamento de propina a servidores do Detran-PI para a concessão de favores. Estes favores incluíam emplacar veículos inexistentes e criados por meio da falsificação de documentos. O valor pago pelos criminosos aos funcionários do Detran-PI era irrisório, segundo a polícia, e somava, por vezes, R$ 50.

Por meio do emplacamento fraudado e com a documentação falsa, os criminosos conseguiram financiamentos em instituições financeiras. O prejuízo causado a um único banco chegou a somar R$ 1,6 milhão, segundo o que informou o delegado titular da Deccor, Ferdinando Martins.

O delegado Ferdinando Martins é titular da Delegacia de Combate à Corrupção - (Assis Fernandes/O Dia)Assis Fernandes/O Dia

O delegado Ferdinando Martins é titular da Delegacia de Combate à Corrupção

“Identificamos o primeiro núcleo de envolvidos no Detran em outro inquérito e depois de individualizar a participação deles, investigamos o núcleo superior a eles. São dois primos que vieram para o Piauí de outro Estado. Aqui eles recrutavam laranjas para ceder documentos pessoais para emplacar veículos falsos. Depois disso, esses veículos eram comercializados pelo grupo e o dinheiro resultante da venda deles por meio de financiamento era transferido para a conta de pessoas indicadas pelo próprio grupo”, explica o delegado Ferdinando.

Os “veículos fake” eram registrados junto ao Detran com todos os seus dados fabricados, incluindo número de RENAVAN e chassi. Posteriormente, que também eram lesados pelo esquema, financiavam estes veículos para pessoas ligadas ao grupo e quem recebia o dinheiro do financiamento era encarregado de transferir o valor aos demais envolvidos.

O grupo atuou no Piauí por pelo menos dois anos, entre 2020 ao início de 2022. O levantamento da Deccor aponta que eles chegaram a fabricar ao menos 37 veículos que não existiam durante este período. Foram feitas diligências junto com a Polícia Rodoviária Federal e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito), e ficou constatado que estes veículos nunca circularam por nenhuma rodovia piauiense nem por qualquer rodovia no país. Segundo o delegado, era a prova de que eles nunca existiram. (Com informações do Portal O Dia)

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