Causou surpresa mas a derrota de alguns líderes políticos de expressão no estado e no país como o deputado Heráclito Fortes (DEM), Wilson Martins (PSB), Dr. Pessoa, Robert Rios (DEM) e Luciano Nunes (PSDB), apressará suas aposentadorias da atividade política. É possível que algum possa retornar, como é o caso de Martins, mas ficou provado que a meta de conquistar um cargo majoritário fica fora de questão, já que nas duas tentativas que fez o fracasso o forçará a fazer opção por cargo menor.
Há o caso de deputado eleito mas com uma votação tão inexpressiva (Átila Lira, do PSB), que ele próprio se antecipou e anunciou que abandona o exercício da atividade parlamentar sendo este seu último mandato para passar o bastão para o filho. Quem também mergulhará na aposentadoria é o apresentador de TV Silas Freire, que obteve menos votos que no pleito passado, quantidade inferior à da médica Marina que ficou com a vaga entre as coligações que conquistaram a maior sobra de votos.
Quando 2020 e 2022 chegarem, o deputado Dr. Pessoa (SD) já alcançará os 74 e 76 anos de idade quando suas condições físicas não lhe permitirão mais pleitear um cargo majoritário como fez nesta eleição. Em 2020, por exemplo, outros nomes surgirão como alternativas para a disputa da sucessão do prefeito de Teresina Firmino Filho e com grande respaldo, um deles o do deputado Fábio Abreu (PR) e um nome apoiado pelo próprio prefeito, fazendo com que a disputa caminhe para a polarização.
O mais emblemático de todos, sem dúvida, é o caso do deputado Heráclito Fortes (DEM) que teve uma votação pífia (46 mil votos) para quem já foi eleito com votações expressivas para a câmara e até exerceu um mandato de senador. O número de votos recebidos por Fortes por si só já é uma motivação para ele esquecer a política e pensar na aposentadoria. Um dos mais ativos parlamentares que se engajaram no golpe de estado de 2016, o deputado não poderia mesmo esperar recompensa por seu gesto.
Poucos dias atrás o deputado Robert Rios ocupou espaço na mídia para anunciar que é candidato a governador do Piauí em 2022. Esse talvez tenha sido o melhor argumento para o deputado justificar seu insucesso eleitoral, mesmo achando que se opor ao governo com um discurso veemente pudesse se colocar como opção. É inquestionável o direito de Rios só voltar a disputar um cargo executivo ou um mandato político daqui a 4 anos, porém, trocar a disputa do senado pelo governo, é só mais um impulso seu.
Candidato ao governo do estado posto como alternativa a Wellington Dias, quem afirmou que Luciano era páreo para uma disputa com o governador falhou na previsão. Sua volta à política é uma incógnita mas a derrota pode tê-lo empurrado para uma aposentadoria precoce. Há quem arrisque que Wilson Martins pode voltar em 2022 em busca de uma cadeira na Câmara dos Deputados. Precisará de estrutura para chegar lá. Voltar à Assembléia é, talvez a melhor chance. Melhor que a aposentaria. Com relação a Elmano Ferrer não há muito o que dizer – fora a aventura maluca de disputar o governo, ele já exerce o mandato como aposentado político.