Gov. Wilson Martins
O governador Wilson Martins (PSB) afirmou ontem que vai cortar o ponto e convocar professores temporários para substituir os professores em greve e garantir a manutenção do período letivo, caso a Justiça decrete a ilegalidade da paralisação. A Procuradoria Geral do Estado já impetrou ação requerendo a ilegalidade da greve, que foi iniciada na semana passada e deixou aproximadamente 350 mil alunos sem aula em todo o estado.
O Estado já tem um contingente de 6 mil aprovados em teste seletivo para professor temporário. “A greve não é legal e a Procuradoria procurou o meio jurídico para isso. A ilegalidade não é aceitável. Estive com os nove governadores do Nordeste e nenhum paga o salário mínimo nacional, porque não têm condições de pagar”, disse Wilson Martins, na manhã de ontem.
Segundo o Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí), aproximadamente 20 mil professores estão sem trabalhar. O Estado possui 25 mil professores. O governador afirmou que não vai negociar com a categoria em greve. Anteontem, o secretário estadual de Educação, Átila Lira, já havia descartado a possibilidade de negociar com os grevistas. A intenção do Governo é cortar o ponto dos faltosos tão logo a greve seja decretada ilegal. “Não vamos pagar quem não quer trabalhar. Quem não trabalha, não merece receber”, avisou.
Wilson Martins reconhece que professor ganha mal, mas, observou, não adianta prometer o que não pode cumprir. “Eu mesmo sou professor da Universidade Federal (do Piauí), da cadeira de neurologia, tenho mais de 20 anos e recebo pouco mais de R$ 1 mil. Concordamos que o professor ganhe melhor, mas de acordo com a lei e com as condições de pagar. Não adianta dar o aumento e não ter condições de pagá-lo”, advertiu.
Segundo o governador, os planos de cargos, carreira e salários estão sendo implementados. “Vamos tomar todas as providências para garantir o ano letivo. Temos cerca de 6 mil que fizeram teste seletivo e podemos convocá-los para trabalhar. Se precisar mais, faremos mais teste seletivo para o número que precisar, de modo que teremos o ano letivo. A população não pode pagar o preço por isso”, declarou Wilson Martins.(Gp1)