Por:Arimatéia Azevedo
Três grandes obras para aproveitar o potencial hídrico do Piauí estão paradas: as segundas etapas dos Platôs de Guadalupe, Tabuleiros Litorâneos e Marrecas. Com 70% das obras concluídas, a ativação das áreas irrigadas poderia somar mais de 10 mil hectares. Por baixo, seriam gerados 25 mil empregos diretos e pelo menos outros 25 mil postos de trabalho decorrente de atividades econômicas favorecidas pela produção de frutas em escala comercial. Ocorre, no entanto, que a burocracia misturada com problemas judiciais faz com que a infraestrutura necessária à ativação de novas áreas irrigadas siga parada e sem um horizonte para ativação. O caso dos projetos Tabuleiros e Platôs descamba para uma situação kafkiana: embora não haja um fio de suspeita sobre a atuação da Odebrecht nas duas obras, o envolvimento da empreiteira baiana em escândalos sistêmicos fez com que a onda avassaladora de investigação paralisasse uma atividade de construção cuja conclusão resultaria em um boom localizado de desenvolvimento econômico em Guadalupe e Parnaíba. No caso de Marrecas, a obra parou por falta de recursos, ausência de uma modelagem de ocupação do perímetro e desinteresse político para fazer a engrenagem da burocracia soltar o dinheiro para seguir com o serviço. Nos três casos, o Piauí sai perdedor.
