Os números mais recentes do Tesouro Nacional são alarmantes: a dívida do Piauí já ultrapassa R$ 14 bilhões, colocando o estado entre os mais endividados do Brasil. Hoje, o Piauí só fica atrás de gigantes como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia — estados que, ao contrário do nosso, possuem orçamentos muito mais robustos e que direcionaram o endividamento para empreendimentos vultuosos em infraestrutura viária, drenagem, saneamento e abastecimento, investimentos com efeito estrutural na economia.

A comparação com nossos vizinhos é ainda mais constrangedora. O Maranhão, com orçamento significativamente maior, tem uma dívida dez vezes menor que a do Piauí. O Ceará, que ostenta uma infraestrutura urbana e logística muito mais avançada, também foi ultrapassado. Ou seja, não estamos diante de um endividamento justificado pelo porte do estado ou por projetos de transformação econômica — mas sim por uma política de empréstimos sem lastro em resultados duradouros.
O governador Rafael Fonteles insiste em vender sua “genialidade” matemática como solução para o futuro do Piauí. Mas na prática, o que vemos é a multiplicação de dívidas com prazos de 20 anos ou mais, para financiar “obrinhas” de efeito imediato e baixa qualidade: estradas vicinais que não resistem a um inverno, asfaltos que se desmancham em pouco tempo e obras sem impacto estrutural na produtividade ou competitividade do estado.
Esse modelo não é desenvolvimento — é maquiagem fiscal e eleitoral feita à custa de comprometer o futuro das próximas gerações.
A Assembleia Legislativa, que deveria exercer o papel de fiscalização, tem sido conivente com esse modelo de endividamento, aprovando sucessivos pedidos de crédito sem o devido debate sobre sustentabilidade fiscal. A trajetória atual aponta para uma insolvência no curto prazo: o Piauí depende cada vez mais de repasses federais para pagar a conta corrente, enquanto empilha contratos de dívida que se acumularão até bem depois de 2040.
A pergunta que fica é inevitável: onde está a matemática “genial” do governador quando os números apontam para o colapso fiscal? (Fonte: O Piauiense)