O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), estaria cada vez mais incomodado com os movimentos políticos em torno do nome de Vinícius Dias, filho do ex-governador e atual ministro Wellington Dias. A possível candidatura de Vinícius, ventilada inclusive como opção para a vice-governadoria na chapa de reeleição de Rafael, é vista por aliados como uma manobra silenciosa de Wellington para retomar influência no Palácio de Karnak.

Fonteles foi eleito com apoio direto de Wellington Dias, mas desde então tem se afastado gradualmente do ex-governador. Tem buscado traçar seus próprios planos políticos, montar uma base de apoio independente e tomar decisões sem consultar seu antigo mentor. Esse distanciamento, embora negado por ambos os lados, é notado nos bastidores e já começa a se refletir em embates discretos de poder.
A vice-governadoria se tornou o ponto central dessa disputa. Considerado o cargo com maior perspectiva de poder — já que o vice é, naturalmente, o substituto imediato do governador —, o posto é estratégico pensando em 2030, caso Rafael seja reeleito e precise deixar o cargo para disputar outro posto. Colocar Vinícius Dias como vice significaria abrir espaço para que o filho de Wellington assuma o protagonismo político do estado no fim do próximo mandato e não um “rafaboy”, os amigos e pessoas mais próximas de Rafael na administração estadual.
Por isso, Rafael resiste à ideia, mesmo sem rechaçá-la publicamente. Recusar diretamente a indicação do filho de quem o colocou no cargo atual seria uma afronta delicada, sobretudo quando o rompimento ainda é negado por ambas as partes. Aceitar, por outro lado, seria abrir a porta para a volta da influência direta de Wellington no governo. O xadrez político entre criador e criatura se complica, e a figura de Vinícius Dias aparece como peça-chave nesse embate silencioso pelo futuro do Piauí. (Fonte: O Piauiense)