
Gestão pra um lado, campanha pro outro: conversa fiada ou recado da futura governadora? (foto: Jailson Soares | PD)
A partir de 31 de março de 2022, o Piauí terá Regina Sousa (PT) como governadora. Ela assume com a saída de Wellington Dias (PT), que tem que se desincompatibilizar para disputar o Senado. Ele não sai, claro, sem deixar no Palácio do Karnak uma amiga, correligionária e pessoa de sua inteira confiança. Ela não vai disputar a reeleição, terá a missão de conduzir o governo durante a campanha do jovem Rafael Fonteles, petista de 36 anos, atual secretário de Fazenda. Porém, aos 71 anos, com a caneta na mão, Regina tem suas próprias prioridades.
A vice-governadora é consciente de que existe uma agenda de governo voltada para a campanha, o Pró-Piauí. E que ela terá que seguir o cronograma. “Muita coisa que está começada tem que acabar, principalmente obras, que tem que concluir, é o que mais as pessoas esperam: é que a obra comece e termine”, comentou a vice-governadora, quase como se alfinetasse alguém.
Mas o foco do governo deve mudar de direção. Ao Política Dinâmica, durante evento com a presença de Wellington Dias nesta segunda-feira (21), Regina Sousa revelou que “a campanha vai ter coordenação, eu vou governar” e que terá olhos para as questões sociais do Piauí, num reconhecimento de que, em algum ponto, o discurso publicitário do governo diverge da realidade. Embora a vice-governadora tenha apontado que a crise sanitária como justificativa para desigualdades sociais, se a fala dela for colocada no contexto de quem conhece os gastos do Estado, pode-se perceber que a pandemia de Covid-19 apenas aflorou problemas históricos nesse setor.(Politica Dinamica)