São Sebastião, a imponência das colunas e dos arcos.

por Pádua Marques*

Pouca gente presta atenção quando entra na nave central da igreja de São Sebastião. Poucos são realmente aqueles que se detêm e se emocionam com a rica arquitetura nesse maior templo católico do bairro Campos em Parnaíba, construído com a doação do povo através de leilões, bingos e rifas e o terreno, pelos endinheirados da época e famílias ilustres.

Mas todo este trabalho, que demorou quinze anos para ser concluído e servir de casa de orações e penitências, é mostrado na rica e imponente arquitetura com imitação gótica nos dezessete arcos, dez colunas redondas e duas quadradas, ladrilho hidráulico com suas linhas geométricas e os oito pares de vitrais, o que lhe conferem uma iluminação solene e ao mesmo tempo convidativa ao recolhimento.

A igreja de São Sebastião, vista da avenida quase em nada chama a atenção. Exceto pelos quatro enormes relógios numa torre coberta de telhas em formato de escamas. Mas é dentro do templo que o expectador pode observar toda a sua riqueza e imponência. Diferente da matriz da Graça no centro da cidade, aqui as imagens sacras são em tamanho menor. Talvez aí esteja esta fascinação e beleza.

O observador pode ficar mais perto de suas colunas com desenhos que imitam o mármore e observar os belíssimos candelabros de cristais. Chama a atenção seu piso em ladrilho hidráulico. Até recentemente boa parte das casas comerciais do centro de Parnaíba eram dessa variedade, muitas com o nome da empresa, data de fundação, ramo de negócio e o nome da família.

“A igreja de São Sebastião é um templo onde tudo é grandioso e nos dá a sensação de beleza”, diz Thiago Gonçalves. Ele veio de Piracuruca para um encontro com amigos e acabou visitando a igreja. Segundo o estudante, as igrejas católicas piauienses bem que poderiam ser mais estudadas e conservadas pela variedade de estilos. Suas torres, naves, vitrais, colunas e arcos são para a arquitetura moderna um desafio e motivo de pesquisa. Mas concordando ou não com ele, a igreja da avenida do mesmo nome é um exemplo da audácia de um homem, o padre Roberto Lopes.

 

Sua construção, segundo os historiadores, foi resultado de muita luta e convencimento do padre Roberto Lopes Ribeiro. Sua pedra fundamental foi lançada no dia 12 de junho de 1925. Foi inaugurada no dia 20 de janeiro de 1940. O padre conseguiu o terreno de dez mil metros quadrados com as famílias Joaquim e Samuel Santos, Arêa Leão e Mirócles Veras.

Relatos da época dão para o dia da inauguração e a bênção solene com a assistência de dezesseis sacerdotes, a presença do bispo de Teresina, dom Severino Vieira de Melo e uma multidão incalculável de fiéis. Hoje aos setenta e oito anos a igreja de São Sebastião com suas colunas, arcos, candelabros e o piso ainda emociona muita gente, de dentro e de fora da Parnaíba.

*Pádua Marques é jornalista e escritor (da Academia Parnaibana de Letras)

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