O governador Wilson Martins é do time de Dilma, certo? Os senadores Wellington Dias, Ciro Nogueira e João Vicente Claudino também são do time de Dilma, certo? E são ainda do mesmo time os dez deputados federais do Piauí, não é mesmo? Bem, pelo menos foi o que eles propagaram durante a campanha eleitoral de 2010.
Pois bem. Enquanto o sertão do Piauí enfrenta dois anos consecutivos de seca devastadora e Teresina vive em pouco tempo o terceiro colapso no abastecimento de água da cidade, a presidente Dilma Rousseff inaugura, em Pernambuco, a primeira etapa do Sistema Adutor Pajeú, no município de Serra Talhada.
O trecho entregue pela presidente tem 118 quilômetros de extensão e custou R$ 198 milhões. O projeto prevê, ao todo, 598 quilômetros, com investimentos totais de R$ 547 milhões. A captação da água da nova adutora será feita no rio São Francisco, para atender cerca de 400 mil pessoas de 21 municípios de Pernambuco e oito da Paraíba.
A obra foi inaugurada ontem pela presidente ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), apresentado como seu virtual adversário na disputa pela reeleição. Na visita a Pernambuco, Dilma anunciou outras obras para o Estado, na área de recursos hídricos. Também destacou a “integração do interior de Pernambuco com o restante do Nordeste”, por intermédio da ferrovia Transnordestina.
Pernambuco não deve ser censurado por ter recebido ontem novas obras federais. Ao contrário, o Estado deve ser exaltado pela sua luta. Se há algum reparo a ser feito será em relação às lideranças políticas do Piauí, que não tem sabido sensibilizar o governo federal a fazer investimentos de vulto na infraestrutura do Estado.
Três colapsos sucessivos no abastecimento de água de Teresina e os constantes apagões são os exemplos mais eloquentes da precariedade de dois serviços essenciais – água e energia – devido à falta de investimentos. E o “time da Dilma”, por que não joga? Por que não entra em campo para mudar esta incômoda realidade? *Por Zózimo Tavares