Senador ataca ministro do Supremo

Por:Zózimo Tavares

Brasília está em polvorosa. É que o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) deixou o Senado e o Supremo Tribunal Federal em uma saia justa.

Em entrevista a uma emissora de rádio, no domingo, o senador chamou o ministro Gilmar Mendes, do STF, de “bandido, corrupto e canalha”, acusando-o de vender sentença e de ser sócio de réus da Lava-Jato.

As declarações do parlamentar, em tom inflamado, estão correndo as redes sociais. Elas assustariam a qualquer um, se o Brasil não estivesse vivendo em tempos de cólera.

Segundo o senador, o ministro do STF tem um patrimônio de R$ 20 milhões. Ele indaga e responde ao mesmo tempo: “De onde você tirou esse patrimônio? Da Mega Sena? De herança, de quem você tirou, Gilmar Mendes? Foram das sentenças que você vendeu, seu canalha!”, dispara o parlamentar.

CPI da Lava Toga

Kajuru avisa que, sendo relator da CPI da Lava Toga, presidente ou apenas membro, o “primeiro alvo” da Comissão será o ministro Gilmar Mendes. “Depois vamos nos Lewandowskis da vida”, completou.

O pedido de instalação da CPI das Cortes Superiores, também chamada de Lava Toga, foi assinado por 29 Senadores. Eles são de 19 Estados e filiados a 11 partidos.

Mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), ainda não decidiu se vai instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito.

O senador Kajuru espalhou brasa porque as acusações que fez contra o ministro são gravíssimas. Ele está protegido pela imunidade parlamentar, mas certamente será chamado a apresentar provas, independente da instalação da CPI.

Gilmar aciona Supremo

Ontem, o ministro Gilmar Mendes pediu ao presidente do STF, Dias Toffoli, para tomar as providências cabíveis sobre as denúncias do senador.

O pedido foi feito na esteira de uma forte reação do STF contra ataques feitos aos ministros da Corte, inclusive com a abertura de um inquérito por Toffoli para apurar ameaças e notícias falsas que ofendam integrantes do Tribunal.

As relações entre o Senado e o Supremo deverão ficar tensas nos próximos dias, seja por conta das pressões pela instalação da CPI da Lava Toga, seja pelos ataques do senador Kajuru ao ministro Gilmar Mendes.

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