Por:Zózimo Tavares
A cena foi inédita na Assembleia Legislativa: os seis suplentes convocados para as cadeiras de deputados licenciados para ocuparem secretarias no Governo Wellington Dias compareceram ontem pela manhã à Casa para mais uma semana de trabalho.
Todos estavam muito à vontade quando, de repente, entraram na Casa os seis deputados que estavam licenciados. Imediatamente, reassumiram seus mandatos.
Constrangidos, os suplentes se levantaram das cadeiras e saíram para choramingar pelos corredores da Assembleia.
Empréstimo e orçamento
O deputado Wilson Brandão (Progressistas), que ocupa a Secretaria de Mineração, explicou à imprensa que o retorno dos parlamentares se deve à votação do pedido de empréstimo que vai ser encaminhado à Assembleia até quinta-feira (5), bem como ao Orçamento do Estado para 2020.
O parlamentar informou que a decisão foi comunicada previamente ao governador Wellington Dias. Wilson Brandão destacou que o objetivo é garantir que seus municípios sejam atendidos com as obras dos recursos do empréstimo e também com recursos do orçamento de 2020.
O deputado Flávio Júnior (PDT), que estava na Secretaria de Turismo, voltou para a Assembleia com cara de quem não tem pressa de retornar ao governo.
O parlamentar ressaltou que intensificará os trabalhos em busca de projetos e obras que promovam o desenvolvimento do Estado.
Flávio Júnior afirmou que irá participar das discussões do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias e também do pedido de empréstimo, no valor de R$ 1,7 bilhão, que será feito pelo Governo do Estado.
Máquina sem combustível
Além de Wilson Brandão e Flávio Júnior, retornaram à Assembleia os deputados Pablo Santos (MDB), presidente da Fundação Hospitalar do Piauí; Fábio Novo (PT), secretário de Turismo; Janaína Marques (PTB), secretária de Infraestrutura; e José Santana (MDB), secretário da Sasc.
Deixam a Assembleia os suplentes Elizângela Moura (PCdoB), Warton Lacerda, Cícero Magalhães e Ziza Carvalho (todos do PT); Belê Medeiros e B. Sá (Progressistas).
Não faltou quem especulasse na Assembleia que, sem recursos para tocar seus projetos, os deputados estavam se sentido peixes fora da água nas secretarias.
O fato é que os deputados devem demorar a retornar às secretarias, pois o orçamento do Estado nem chegou ainda à Assembleia e geralmente só é votado na última semana antes do recesso de dezembro. Até lá tem é chão!