Assembleia de Minas aceita impeachment do Governador Fernando Pimentel

PEDIDO LISTA ‘CALOTES’ DE PIMENTEL JUNTO A PREFEITURAS E À ALMG

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aceitou o pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) na sessão desta quinta (26).

De acordo com a denúncia, um ‘calote’ de R$ 300 milhões junto ao Legislativo levou ao atraso de salários de servidores, fornecedores e dos próprios deputados estaduais. Além de não repassar os recursos ao Legislativo, a denúncia elenca diversas falhas do mesmo tipo junto a várias prefeituras mineiras.

A ALMG também determinou a criação de uma comissão específica para tratar sobre o pedido de impeachment com indicações de deputados por líderes dos partidos e blocos parlamentares.

“Já faz alguns meses que o governador Pimentel está atrasando os recursos financeiros destinados ao pagamento dos duodécimos dos servidores públicos do Estado. O governo está atrasando os recursos do Legislativo, já atrasou os dos servidores do Judiciário e, todas as vezes que ele faz isso, fere a Constituição Federal”, considera Mariel Marra, advogado autor do pedido de impeachment.

W.Dias chama greve na Polícia Civil de ilegal: “Não podemos brincar de greve”

A situação está acirrada entre os servidores da Polícia Civil (agentes e delegados) e o Governo do Piauí (secretarias de Administração e Segurança Pública). Por um lado, a posição dura do Karnak em relação ao cumprimento da responsabilidade fiscal do Estado, enquanto os grevistas pedem reajuste salarial e melhorias em várias condições de trabalho. Na manhã desta segunda-feira (02/04), o governador Wellington Dias chegou a chamar o movimento de ilegal.

“Primeiro, a lei, neste caso, já regulamentou a greve como ilegal porque nós temos uma reivindicação que o Estado, legalmente, não pode atender. Nós estamos com o limite prudencial. Segundo, descontar os dias parados, pedir ilegalidade da greve e tomar as medidas necessárias porque não podemos brincar de greve. É preciso ter bastante responsabilidade, até porque o que eu assumi de compromisso em 2017 eu vou cumprir”, afirmou, incisivo, o governador, após pergunta do OitoMeia.

O petista também destacou a possibilidade de um reajuste aos policiais civis, sendo um índice equivalente à inflação mais 1%. Além disso, o governador destacou que pretende deixar para o próximo governo apto a dar as devidas remunerações a partir de o início de 2019. Ressalta-se que o início da greve, tendo apoio dos Delegados de Polícia (Sindepol-PI) e dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi), está marcado para a próxima terça-feira (03/04).

“ILEGAL É O GOVERNADOR”

A reportagem conversou com Constantino Júnior, presidente do Sinpolpi, sobre as declarações do governador Wellington Dias. Ele rebateu, afirmando que o Karnak foi quem não cumpriu um dissídio coletivo no ano de 2015 em quem um dos 12 pontos acordados previa um reajuste aos anos de 2016, 2017 e 2018, acima da inflação.

“O governador poderia ter mais humildade, pois quem está ilegal é ele. Em fevereiro deste ano, tivemos uma audiência na Justiça com o secretário Franzé Silva e ele agiu de forma arrogante e negou qualquer possibilidade de reajuste aos policiais”, relatou Constantino Júnior ao OitoMeia.

DELEGADOS MANIFESTAM

Em contrapartida, a delegada Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Piauí (Sindepol) declara apoio à paralisação dos policiais civis, embora afirme que a categoria a qual lidera não esteja em greve, mas sim fazendo manifestações legítimas para expor a insalubridade e sucateamento das delegacias no estado.

“O movimento dos delegados não é greve, mas é um direito legítimo de manifestação e vamos usá-lo toda vez que encontrarmos irregularidades. Neste momento, estou fazendo vários expedientes a todas as autoridades sobre vigilância sanitária, condições de trabalho e Ministério Público para pedir que sejam feitas inspeções em todas as delegacias do estado”, explanou Andrea. (OitoMeia)