Orquestra que desafina
Em entrevista publicada na edição impressa de O Globo neste domingo, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), senador licenciado pelo Piauí, usou duas vezes a palavra “orquestra” para se referir ao governo petista, que enfrenta dificuldades com um Congresso em que é minoria.
“A orquestra ainda tem uns instrumentos desafinados. Vamos ter que afinar cada vez mais para ter uma música muito bonita para o Brasil, disse ao explicar que é preciso organizar uma base parlamentar (a tal orquestra) mais afinada e confiante.
Longo prazo
Já iniciado o segundo ano de mandato do presidente, o ministro tem uma avaliação bastante temerária do tempo necessário para o governo ter confiança do Congresso e da opinião pública. Ele diz isso com base no primeiro mandato de Lula.
Wellington Dias afirmou a O Globo que no primeiro mandato, Lula só conseguiu organizar uma base política na metade de 2004 – segundo ano de gestão. Com base nessa premissa, ele acredita ser necessário pelo menos “esses dois primeiros anos para ganhar confiança”.
Precisamos de diálogo
Cobrado publicamente na semana passada pelo presidente Lula para participar mais das articulações políticas, o ministro disse a O Globo que o governo precisa de mais diálogo.
“O presidente está certo quando chama para que não seja uma tarefa apenas do ministro de Relações Institucionais (Alexandre Padilha) e que seja de todo o time, para que possamos ir a cada estado conversar com os parlamentares, a partir daqueles que já compreendem a importância de assumir-se como governo”, disse o ministro.
Presidente do PT? Não!
Wellington Fias negou que vá assumir a presidência do PT em substituição á deputada Gleisi Hoffman (PR).
“Em nenhum momento isso foi tratado comigo. A presidente Gleisi Hoffmann é uma mulher extraordinária e segurou a barra em um momento duro que o Brasil viveu. Todos temos grande respeito por ela, disse o ministro.
Lista das demissões
Desde os primeiros meses da gestão Lula, Wellington Dias tem sido cobrado por mais e melhores ações a frente do seu ministério.
E volta e meia tem o nome na lista dos demissionários em eventual reforma do governo. (Portalaz)