O governador Wilson Martins (PSB) informou aos médicos que o Estado não tem condições financeiras de oferecer qualquer perspectiva de aumento salarial para a categoria agora. Os médicos fizeram uma paralisação na semana passada e realizaram assem-bleia ontem à noite e decidiram deflagrar greve geral por 15 dias a partir de hoje. O Governo enfrenta ainda greve na educação e na Segurança Pública – os agentes penitenciários pararam suas atividades na semana passada e devem paralisar novamente no final do mês.
As três categorias, que concentram 35 mil servidores e representam cerca de um terço do funcionalismo público estadual, reivindicam aumento salarial. Em ofício enviado à presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), Lúcia Santos, o governador Wilson Martins descarta a possibilidade de conceder reajuste neste momento, “em razão dos atuais dados fiscais do Estado e das gravíssimas consequências que podem advir da desobediência aos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal”. O ofício nº 083/GG, assinado pelo próprio governador, é datado de 19 de março, e é uma confissão do Governo da situação ingovernável do Estado, do ponto de vista financeiro.
Segundo o governador, somente na segunda quinzena de maio o Estado poderá apresentar uma proposta de reajuste para os médicos, dependendo ainda do comprometimento dos gastos com pessoal ao final do primeiro quadrimestre do ano, que fecha em abril.