Alberto Silva 100 anos

Por: Paulo Fontenele

Se vivo estivesse, neste sábado, 10, o ex-governador Alberto Silva estaria completando 100 anos de idade. Silva é, de fato, um personagem da história do Piauí por sua atuação na vida política e administrativa do estado, deixando um legado de obras que até hoje constituem um marco na estrutura econômica e social. Os 100 anos do nascimento de Alberto Silva foram lembrados numa solenidade do governo estadual quinta-feira (08) à noite com homenagens a pessoas que de alguma forma tiveram vínculo pessoal, político, social e administrativo a ele.

Alberto Silva entrou na vida pública em 1948, quando elegeu-se prefeito de Parnaíba e logo em seguida deputado estadual. Voltou à prefeitura em 1955 e permaneceu até 1959. Só voltaria a exercer um cargo executivo em 1971 quando foi escolhido pelo militares para governar o estado, por influência de caciques políticos do Ceará com prestígio junto ao regime. Contrariando as expectativas do esquema oligárquico local, Silva fez um governo revolucionário, construiu imagem de realizador e se popularizou.

A imagem de realizador ofuscou o lado autoritário que ele exercia inspirado no próprio regime a que servia e era duro nas decisões que tomava mas conquistou o apoio da população. Quem viveu o período de Alberto Silva nos dois períodos em que governou o estado percebe que há uma grande diferença entre o primeiro (71/75) e o segundo (87/91). Enquanto no primeiro ele saiu como um ídolo da maioria dos piauienses, no segundo a imagem de vilão durou um tempo mas depois foi esquecida.

Em seu primeiro governo, Silva integrou o Piauí por rodovia de norte a sul, ou de Parnaíba a Cristalândia, assim como estradas para Picos e Paulistana, além de Floriano a São Raimundo Nonato. Antes não havia estrada com asfalto. Com ele, a imagem do estado ganhou destaque nacional através do futebol com a construção do estádio que levou seu nome (Albertão) e a formação de um clube (Tiradentes). A educação e a saúde ganharam expansão com a construção de escolas e hospitais.

Sua motivação para a instalação da universidade no Piauí levou, enfim, a execução desse antigo projeto. No primeiro governo Silva levou a termo a idéia de que o estado é o indutor do desenvolvimento. Não é preciso lembrar que neste seu primeiro mandato, a composição da equipe foi um fator determinante para o sucesso de sua gestão. Muitos técnicos foram recrutados para a tarefa e o planejamento e a pesquisa foram importantes para tirar o Piauí do estado de atraso para o de avanços.

O governo de 1971 a 1975 é o que sustenta a imagem positiva de Alberto Silva como o grande realizador, contrastando com os atropelos que marcaram o segundo período, de 1987 a 1991. O principal deles foi, sem dúvida, o fechamento do Banco do Estado do Piauí (BEP). Diferente do outro período, o segundo governo a imprensa era menos controlada, o que facilitou a transformação dos problemas em escândalos. Os danos causados à imagem foram poucos, tanto que Silva teve êxito nas eleições seguintes.

De qualquer sorte, pela quantidade de seguidores que conquistou ao longo de toda a sua carreira política, Silva nunca mudou o discurso na defesa daquilo que idealizava e pregava. Talvez por isso, ainda hoje o seu nome está associado a um período de transformação do Piauí.

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