Themístocles, Wellington e Firmino: juntos, os três controlam os maiores orçamentos do Estado, somando este ano R$ 12,7 bilhões
O governador Wellington Dias (PT) faz tudo para ter um aliado novo, sem perder os antigos. Se prevalecer a habilidade de sempre e conseguir o que está desenhado até agora, pode formar na eleição deste ano um dos maiores – senão o maior – bloco eleitoral da recente política piauiense. Tem apoio de A a Z, incluindo tucanos ainda filiados ao partido ou trasvestidos de Progressistas. Todos juntos, podem controlar um orçamento que soma R$ 12,7 bilhões.
A junção de Wellington com tucanos vai na contramão do sentimento do PT e PSDB no âmbito nacional. Mas, apesar do inusitado, não é situação estranha no Piauí: petistas e tucanos já estiveram juntos em 1998 – embora em situação invertida, a turma do PSDB como protagonista. Também vale lembrar que muitos petistas apoiaram a reeleição de Firmino Filho em 2016. Mas agora são tucanos (ou firministas) que amarram seu vagão na locomotiva de Wellington. Quem puxa o comboio é o petista.
Alguns desses vagões têm nomes conhecidos: Lucy Silveira e Silvio Mendes, por exemplo, que são parte da alma (ou da estrutura) tucana em Teresina e têm filiação no governista PP desde fevereiro do ano passado. Agora é o próprio Firmino quem aparece em foto de reunião dos progressistas, assim em segundo plano, como se fosse mais um do time de Ciro Nogueira.
Com Ciro, toda essa turma tucana ligada a Firmino se encaminha para o palanque de Wellington. Só não será assim se o cenário de alianças políticas sofrer uma radical mudança até julho e afastar Ciro de Wellington. Não é impossível, mas pouco provável.
O comboio de Wellington, no entanto, terá muito mais que PT, PP e tucanos firministas. Terá os partidários de siglas como PDT, PSD, PTC, PR, Podemos, PCdoB, PRB, PRTB, PHS, PRP, PMN. Sim, e o MDB, partido que é um reforço e tanto – e que cobra a vice como contrapartida. Outra sigla: o PTB tende a ser oposição no papel e governo na prática da campanha. O partido pode ficar nas mãos de João Vicente, mas os votos de boa parte dos petebistas que já estão aí tendem a seguir com Wellington.
Mais de uma dúzia de partidos. A tudo isso se somam as três mais poderosas máquinas públicas do Estado. (Por:Fenelon Rocha)