O governador Wellington Dias (PT) concedeu entrevista à TV Clube na manhã desta segunda-feira (21). Na oportunidade, foi questionado sobre a onda de crimes que assola o Piauí, e respondeu que a culpa é do governo federal. Ele disse textualmente que o problema se deve ao fato das fronteiras do Brasil com outros países estarem desprotegidas.
O governador Wellington Dias na entrevista em que responsabiliza Bolsonaro pela violência no Piauí (Reprodução TV Clube)
O caso veio à tona por conta do ocorrido com o delegado de polícia Samuel Silveira, que atualmente é vereador e secretário municipal em Teresina. Ele foi assaltado ontem à noite na avenida Miguel Sady, zona leste da capital, e foi baleado. Reagiu e conseguiu matar o bandido. Os bandidos circulam livremente nas cidades piauienses com armas, que também têm livre trânsito em todos os recantos do estado.
Ele também disse que hoje em dia existem mais armas circulando e os bandidos se valem da situação para tomar de conta do cenário. O governador também responsabilizou o Poder Judiciário que no período da pandemia teria liberado elementos criminosos de alta periculosidade. Enquanto falava, ele movimentava as mãos de maneira bastante rápida, como forma de dar ao espectador um outro sentido da realidade discutida na entrevista.
“São três os culpados. O governo federal deixa as fronteiras desprotegidas e permite um maior número de armas em circulação. Por outro lado, na pandemia, vários elementos criminosos foram colocados em liberdade usando-se como argumento a possibilidade de contaminação”, declarou.
Ele disse que o bandido agora tem muita facilidade em conseguir armas, bastando ir numa loja e depois pedir autorização à Polícia Federal. Em seguida ele pode andar armado com toda a tranquilidade.
O chefe do Executivo piauiense disse ainda que “estamos trabalhando para resolver a situação.” Wellington Dias governa um dos estados mais inseguros do Brasil. O Piauí sempre aparece nos índices nacionais como um dos estados em que a violência e o crime crescem consideravelmente. No entanto, devido aos seus indicadores econômicos precários, sempre se arruma um jeito de distorcer os números para baixo, dando a ideia de que o governo trabalha para conter a violência.
Os sindicatos que reúnem servidores da área de segurança pública insistem dizer que a questão está fora de controle. Eles dizem que o governo do estado politizou e partidarizou a pasta da segurança, de modo que isso tem dificultado sobremaneira o combate ao crime.
O major Diego Melo, que foi candidato a prefeito em 2020, disse que a pasta foi entregue a pessoa sem compromisso e que teria se vendido para o governador Wellington Dias, silenciando sobre o verdadeiro massacre de que está sendo vítima o cidadão comum nos dias atuais. Além do silêncio, a cumplicidade, afirma Melo. Ele se refere ao deputado Fábio Abreu, que se mantém na segurança pública. O atual secretário, coronel Rubens Pereira, apenas guarda para ele a vaga do acordo. É uma espécie de reserva de luxo. Abreu é capitão da PM/PI. (Toni Rodrigues)