A postura do senador não deve ser tomada como um gesto de indiferença política ou de ressentimento eleitoral. Todos sabem que ele não queria votar no governador Wilson Martins, no segundo turno. Não queria e não votou. Como seu partido e seus aliados quase se atropelam uns aos outros para aderir ao governo, ele saiu da frente e não criou dificuldades.
No novo mandato, Wilson contemplou correligionários e aliados do senador com cargos no governo. Com o PTB e aliados tendo espaço na nova administração, o que mais o senador poderia fazer? Nada. Apenas constatar que o seu partido é tão fisiologista quanto os demais que cercam o governo.
Na passagem dos 1000 dias do novo mandato do governador, João Vicente Claudino foi acossado pela imprensa local, que o instigou a fazer uma avaliação do desempenho do governo. Ele arriscou-se apenas a declarar que, como o governo não havia feito nada nesse período, ele também não tinha nada a declarar.
Agora, o senador ressurge com críticas à Uespi, sustentando em discurso da tribuna que a Universidade Estadual do Piauí passa por uma “crise sem precedentes”, com falta de recursos e baixos salários para os professores. Ele advertiu que os docentes suspenderam um movimento grevista recente por solidariedade aos alunos, mas a greve pode ser retomada a qualquer momento.
Trata-se de uma crítica pontual, é evidente, mas certamente o senador não mudou de ideia em relação às críticas que fez ao governo nas áreas da educação, da saúde e da infraestrutura, durante a campanha eleitoral. Depois de optar pelo silêncio regulamentar, JVC passou a se dedicar integralmente ao seu mandato, em Brasília. Faz parte daquela trégua que se dá ao governo, quando ele está no início, contudo se trata também de uma estratégia para ganhar tempo.
Por: Zózimo Tavares
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