Opinião: “A barbárie é reflexo de uma política onde tudo passou a valer”

Bolsonarista invade festa temática do PT e mata aniversariante a tiros no Paraná

O assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Aloizio, de 50 anos, revela o nível de beligerância política ao qual o Brasil chegou. Vivemos um tempo em que disputas eleitorais viraram guerra em todos os sentidos. Guerra de mentiras, de violência, de assassinato de reputações, etc. Nessas guerras, quase ninguém é santo. Os extremos se agridem, se desrespeitam e transformam o processo político numa barbárie do nós contra eles. A que ponto o país vai chegar? Qual o limite?

Para enfrentarmos esse ambiente político perigoso, é preciso que cada um de nós, cidadãos e, principalmente os agentes políticos, tomemos atitude. Esse clima de beligerância é propiciado por uma guerra de discursos, pelas mentiras que muitos ajudam a espalhar, pelas farsas que muitos ajudam a montar e pelas omissões que muitos preferem apoiar. Enquanto cada pedaço desse quebra-cabeça perigoso não for desmontado com a colaboração de cada um, vamos ver aumentar a violência, as mentiras e a degradação do processo político.

A eleição não pode virar um processo em que tudo de errado vale, em que toda estratégia rasteira pode ser empregada, em que tudo que desgasta o adversário é admissível. Está na hora de encarar o processo eleitoral com respeito e limites. O vale-tudo para vencer – de todos os lados – alimenta discursos de ódio, fomenta mentiras, gera estelionatos eleitorais e transforma oponente em inimigo. Não deve ser assim! Quando parcela considerável dos cidadãos e dos candidatos apoiam esse vale-tudo eleitoral, estão todos contribuindo para um caminho que leva à violência e a barbárie.

Está na hora também da Justiça começar a ser dura com os que fazem campanha eleitoral no Brasil, dos candidatos aos militantes, dos marqueteiros aos que bancam. O Judiciário não pode assistir inerte à libertinagem que se pratica em períodos eleitorais. É inadmissível que algumas práticas sabidamente rasteiras sejam empregadas sem que a Justiça faça absolutamente nada para coibir. Está na hora também de acabar com compadrios políticos e judiciários que permitem tanta cretinice eleitoral.

É chegado o momento de os grupos políticos, sem exceção, deixarem de apoiar e até de estimular e bancar atitudes sorrateiras que só visam macular adversários e tumultuar o processo político. Ou todos põem a mão na consciência ou vão deixar esse país se transformar numa terra onde a barbárie será a tônica dos pleitos eleitorais.(Gustavo Almeida)

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