O sistema de aquecimento solar instalado em unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida foi um gasto desnecessário em muitos estados do Nordeste. Com as altas temperaturas registradas na região, os moradores têm feito outro uso da água quente que sai do chuveiro.
Suzana Alves, moradora de um residencial da cidade de Timon, no Maranhão, afirma que nunca tomou banho com a água aquecida pelas placas solares. Alguns vizinhos chegaram a tirar o equipamento, achando que ele consumia energia elétrica. “Não tem nenhuma utilidade, mas uma vez eu estava sem gás e peguei a água quente para fazer o leite do menino”, conta.
Em 2012, o Governo Federal tornou obrigatória a instalação de placas de aquecimento solar em todas as casas populares do Minha Casa Minha Vida. A decisão foi revogada em novembro de 2017, mas o equipamento já havia sido instalado em várias moradias.
Somente em um residencial localizado no município de Demerval Lobão, a 35 km de Teresina, foram gastos mais de meio milhão de reais para instalar as placas nas 441 unidades habitacionais.
De acordo com Reginaldo Fonseca, proprietário da construtora responsável pela obra, cada equipamento custou de R$ 1.300 a R$ 1.500. “O meu contrato foi de 2013, então eu tive que comprar os aquecedores. A normativa não atentou para as questões climáticas”, opina o empreiteiro.