Por que a pressa do governador em retomar aulas no Ensino Médio

Nesta semana, os professores da rede estadual de ensino foram surpreendidos com declarações do governador Wellington Dias (PT) anunciando retorno das aulas, do Ensino Médio, para terça-feira (22). Em plena pandemia do Coronavírus, os docentes da Seduc (Secretaria de Educação) esperavam uma volta lenta, gradual e segura.

Wellington Soares coordena Pré-Enem Seduc (Foto/Reprodução)

No entanto, a Seduc deseja que isso aconteça imediatamente. A partir de terça, os professores e diretores deveriam iniciar a elaboração de projetos de retomada. Ocorre que as escolas não possuem recursos para tal. Pelo decreto, os estudantes podem escolher se vão para a sala de aula ou ficam em casa. Os professores, não.

O que muitos se perguntam é a razão de toda essa pressa para reiniciar as aulas, mesmo que isso signifique colocar em risco a saúde de milhares de professores e alunos. Acrescente-se ainda o fato de que tudo está sendo feito a toque de caixa. Não havia nenhuma preparação prévia ou anúncio antecipando a situação.

Na sexta-feira (18), o governador postou vídeo em suas redes sociais anunciando retorno para terça-feira seguinte. Não houve discussão com o magistério nem com alunado. A explicação para tudo isso pode residir no compromisso com o sistema Pré-Enem Seduc, que oferece Cursinhos Populares para estudantes da rede estadual em parceria com a Secretaria de Educação.

O projeto é coordenado pelo conhecido professor Wellington Soares, quadro do PT, que em passado recente manteve o Instituto Civitas, que ministrava ao final de cada ano letivo, nos governos petistas, os mencionados cursinhos. Na época, entre 2009 e 2010, foi contratado o Instituto Civitas ao custo de R$ 3,4 milhões.

A parceria, bastante rentável para os administradores da fundação, foi encerrada em 2011, no governo Wilson Martins. Na época, Wellington Soares reclamou de que o estado tinha ficado devendo cerca de R$ 1,3 milhão, mesmo diante dos serviços prestados. Reclamou que a entidade tinha compromisso com 1.889 professores e 275 coordenadores. Manteria atuação em 206 cidades.(Toni Rodrigues)

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