Por Arimatéia Azevedo
Há fortes suspeitas de que o governo esteja socorrendo a Agespisa, tirando do tesouro o dinheiro destinado ao pagamento de salários de servidores, por uma aparente situação falimentar da empresa. A Agespisa era, no passado, algo distante de 30 anos atrás, uma espécie de joia da coroa. Em matéria de ser o melhor emprego, a melhor empresa para prestar serviços, ela compunha o estrelato disputando espaços com a Telepisa, Cepisa, Universidade Federal, Fundação Cepro e Banco do Estado do Piauí. As grandes famílias que já eram afortunadas, tinham os seus membros bem aquinhoados com o bom salário.
No governo Freitas Neto todos os seus débitos foram absorvidos pelo governo. Enquanto empresa de economia mista ficou zerada, sem débito de qualquer espécie. Quando Mão Santa assumiu em 95, encontrou essa joia fulgurante, mas, infelizmente, a entregou completamente sucateada, endividada e transformada num órgão onde a patifaria com dinheiro público reinava. Na Agespisa aprenderam rapidamente a burlar licitação, fraudar contratos, reajustar salários com produtividade fantasiosa, inventada para calar a boca dos sindicalistas.
Também na Agespisa houve negociata de tudo, até dispensa de contas de consumo de água em troca de votos nos tempos da eleição. Ali, inventavam até pagamentos de bandas, de artistas. Que aliás, foi um dos motivos da cassação de Mão Santa. Hoje, sem a sua maior fonte de Receita, que é Teresina, a Agespisa se transformou numa empresa pior do que era: pois é responsável pelos sistemas de abastecimento de água das cidades quando as grandes cidades querem sair do sistema. Não dá para entender como é que o governo vai continuar mantendo viva uma empresa que está morta há muito tempo, consumindo um dinheiro inexistente. Ali, falta dinheiro e falta trabalho.