
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), evitaram qualquer manifestação pública após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma sobretaxa de 50% contra o Brasil. A medida, de forte impacto comercial e diplomático, foi justificada por Trump como resposta a supostos ataques do governo brasileiro às “eleições livres” e à liberdade de expressão. Em sua declaração, o republicano fez menções explícitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugerindo que o Brasil estaria perseguindo seu aliado político.
Enquanto integrantes do governo federal e diversos parlamentares reagiram ao anúncio com críticas e declarações contundentes, os chefes do Legislativo permaneceram em silêncio. Hugo Motta chegou a presidir sessão na Câmara dos Deputados, mas ignorou o assunto e evitou responder aos questionamentos da imprensa. Já Alcolumbre, embora estivesse em Brasília, não participou da sessão no Senado nem fez qualquer declaração pública sobre a crise diplomática.
Na carta endereçada ao governo brasileiro, Trump classificou a medida como “resposta direta aos ataques insidiosos do Brasil” e mencionou Bolsonaro como figura central no contexto da retaliação. A tarifa imposta ao Brasil foi a mais elevada entre as 21 anunciadas pelos EUA na mesma semana, acendendo o sinal de alerta em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para alinhar a estratégia de resposta. A decisão do governo foi centralizar a reação nos canais oficiais do Executivo, com comunicações coordenadas entre o Palácio do Planalto, Itamaraty e outras pastas envolvidas.
Em nota divulgada ainda na segunda-feira (7), Lula afirmou que o Brasil é uma nação soberana e não aceitará imposições externas. Em publicação nas redes sociais, reforçou o posicionamento de defesa da democracia e da autonomia nacional. (pensarpiaui)