Ministério da Cultura nos traz alguns elementos interessantes para se pensar
como é conduzida esta política pública pelos governos nas três esferas de
poder. Vamos pensar? Quais formas de cultura o poder público legitima como “cultura
local”? Quais movimentos culturais são beneficiados pelas políticas de governo?
Para quem a cultura é promovida? Como funciona o jogo do poder entre cultura e
mercado?
extinguir o Ministério da Cultura rendeu manifestações por todo o país. Com
amplo apoio da grande mídia, repercutiu tanto que Temer resolveu voltar atrás
da decisão, mantendo o Ministério. Ao refletir sobre este episódio, de
cara, nos ocorre uma primeira constatação: a cultura nunca foi vista pelos
governantes brasileiros como prioridade na agenda política. Um fato que
corrobora esse entendimento é a criação do Ministério apenas em 1985, mesmo havendo
políticas culturais desde os anos 1930. Isso demonstra um atraso na
institucionalização dessa área na política pública pelo estado brasileiro.
Segundo: os interesses do eixo Rio-São Paulo se sobressaem e definem os rumos
da nação, inclusive como gastar o parco orçamento da pasta.
As pastas da Cultura (ministérios e secretarias) não devem ser um balcão de
negócios. Nessa perspectiva, o Brasil, o Piauí e a Parnaíba precisam rever
o seu papel enquanto indutores da política cultural e das próprias manifestações
culturais, a partir de uma dinâmica que perceba a sociedade, nas suas mais
diversas formas de expressão e contato social, como agente do campo da cultura
e que se presta a manter vivo o discurso da memória, tradição e da própria
identidade.
suas três dimensões, sem atribuir aqui uma escala de valor. A primeira é uma
dimensão simbólica, sendo essencial da condição humana. A segunda como um
direito. E a última, ganhando também destaque como uma economia estratégica
para o desenvolvimento local.
e bastante diversificada carece de uma política pública que não ignore a sua
importância social e econômica. A administração municipal exprime um déficit
nesse conceito. De forma estreita credita à nossa cultura as resumidas
manifestações carnavalescas e juninas (bois e quadrilhas) que, a despeito
também de merecerem o devido apoio, ficam com a quase totalidade do orçamento
anual estabelecido para o setor em detrimento do rol existente.
mantidos muito mais pela abnegada força de vontade e determinação dos grupos
culturais que fazem essas festas, posto que a prefeitura há muito os desvaloriza
e maltrata, pagando as premiações estabelecidas em cada programação com muito
atraso.
homem chamado Jesus” deixou de ser encenado em 2016 por falta do apoio
prometido pela prefeitura e descartado em última hora.
Secretaria de Cultura extinta. Foi reduzida à Superintendência. Mas pior que
perder o status é continuar sendo levada no faz de conta!
Concha Acústica obsoleta, quadras poliesportivas abandonadas, grupos culturais
sem nenhum tipo de apoio, etc. Por outro lado, temos muito que celebrar! Os
Museus: do Trem, da Caixeiral e Casa Simplício Dias; o maluco do idealizador da
casa de cultura Teatro Saraiva; iniciativas culturais do SESC; a grandeza do
grupo Raízes do Nordeste para exemplificar a luta árdua na defesa das artes
cênicas sem apoio; o “Piagüi Culturalista”; os artistas das letras da geração
de Assis Brasil a Diego Mendes; artes plásticas com F. Pedro e Paulo Gaspar;
escultura nas mãos habilidosas de Guilherme; a luta de Dona Lozinha Bezerra no
IHGGP; Benjamin Santos e o jornal “O Bembém”; Benedito dos Santos Lima e o
“Almanaque da Parnaíba”; O jornal “Inovação” com Reginaldo Costa, Elmar
Carvalho, Bernardo Silva, Canindé
Correia e Franzé Ribeiro; a musicalidade de Teófilo, Pituca (in memorian),
Gregório e tantos artistas da cidade; o artesanato, as danças, a capoeira, o
reizado, as comidas típicas e a arte cerâmica…, uma riqueza, uma beleza!
sugeriram ao Executivo a proposição de projeto de lei que torna tartarugas
marinhas patrimônio natural do município de Parnaíba, visando fortalecer o trabalho
de conservação da fauna marinha encontrada no Delta do Parnaíba, a exemplo de
Cajueiro da Praia que tem a figura do Peixe-Boi Marinho.
Livro de Parnaíba (SALIPA) promovido pela Superintendência Municipal de
Cultura, aqui se reconhece o esforço do jovem gestor desta pasta, Helder Souza.
O SALIPA é um sucesso e no ano passado registrou a sua sexta versão, numa prova
inconteste de que a sociedade não quer só comida, mas diversão e arte (Titãs).
Você cidadão tem fome de quê? Você tem sede de quê?
sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.












(Rômulo Rocha)


Carlos Chagas












