Credibilidade em ruínas: a volta da farra das pesquisas no Piauí

As eleições ainda nem começaram oficialmente, mas a corrida pelos números já está a todo vapor. Repetindo um velho roteiro conhecido pelos piauienses, institutos de pesquisa voltam a divulgar levantamentos eleitorais que têm gerado desconfiança e indignação entre eleitores e especialistas. A memória recente ainda é viva: nas eleições municipais do ano passado, institutos apontavam vitórias folgadas e até em primeiro turno para nomes alinhados ao governo, como o candidato do PT em Teresina, que chegou a ser projetado com quase 60% dos votos válidos, garantindo vitória imediata.

Em Parnaíba, o Dr. Hélio aparecia na frente com folga, e em Floriano, pesquisas indicavam que o deputado Marco Venício venceria com ampla margem. Nenhuma dessas projeções se concretizou nas urnas. Agora, a cena se repete. O instituto Datamax, o mesmo que indicava vitória massiva de Fábio Novo em Teresina, voltou a publicar pesquisa em parceria com veículos de comunicação ligados ao governo do estado, apontando ampla vantagem do governador Rafael Fonteles em cenários de reeleição. As divulgações têm levantado críticas, especialmente por parte da população, que demonstra crescente descrença quanto à credibilidade desses institutos, considerados por muitos como agentes de influência política, e não de informação.

A repercussão reacende o debate sobre a responsabilidade dos institutos e a necessidade de uma atuação mais firme da Justiça Eleitoral. Especialistas defendem maior rigor na fiscalização, transparência nas metodologias e punições exemplares para quem, por ventura, utilize pesquisas como ferramenta de manipulação da opinião pública. No interior e na capital, o sentimento é de que a população não suporta mais ser desrespeitada por levantamentos que não resistem ao confronto com a realidade das urnas. Enquanto as pesquisas voltam a inflamar o cenário político, cresce também a pressão para que os órgãos de controle ajam, antes que a “farra das pesquisas” volte a influenciar, de forma desleal, o voto do eleitor piauiense. (Silas Freire)

Deu na imprensa: “Gracinha Mão Santa está incomodando os derrotados”

Bem na foto

Alguém precisa dizer para a deputada Gracinha Mão Santa não responder às asneiras que os desafetos parnaibanos publicam nas redes. Isso é bílis do despeitado, do derrotado, do rancoroso.

Foto: AlepiGracinha Mão Santa

Gracinha Mão Santa está incomodando os derrotados parnaibanos.

Pesquisas

É sinal que eles sabem – não divulgam – das pesquisas que são favoráveis à deputada Gracinha. A resposta para isso, entendem os marqueteiros, é o silêncio. Deixa a matilha ladrar. (Portalaz)

Deputados se queixam da falta de prestígio nos eventos do governador Rafael

Maria vai com as outras

Deputados – inclusive do PT – se queixam que são relegados a nada nos eventos do governador Rafael pelo interior. A queixa é de que eles só acompanham, batem palmas, mas não falam, não discursam.

Aqui todos participam da corridinha de 5 metros para figurar na foto

Aqui todos participam da corridinha de 5 metros para figurar na foto

Nas bases

Até mesmo nas suas bases os deputados são discriminados, segundo a queixa geral. “Seria a hora de discursar perante meu eleitor”, fala. (Portalaz)

 

TCE determina que prefeituras do Piauí criem taxa para custear coleta de lixo

O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) orientou que todas as prefeituras adotem, de imediato, medidas para instituir legislação própria e iniciar a cobrança da taxa de coleta e destinação de resíduos sólidos urbanos. A determinação foi comunicada pela Associação Piauiense de Municípios (APPM).

Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) - Foto: DivulgaçãoTribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) – Foto: Divulgação

A recomendação reforça o que já está previsto na Lei Federal nº 11.445/2007, que estabelece a Política Nacional de Saneamento Básico e exige que os municípios disponham de mecanismos próprios de financiamento para manter os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos.

Com a orientação do Tribunal, as administrações municipais deverão criar ou atualizar leis locais que regulamentem a cobrança da taxa. A medida busca garantir sustentabilidade financeira ao serviço e assegurar que a gestão dos resíduos esteja adequada às normas federais e às exigências dos órgãos de controle.

A APPM orienta que os gestores iniciem rapidamente estudos técnicos, diagnósticos e planejamento para definir o modelo de cobrança, de forma transparente e conforme as diretrizes legais. Segundo a entidade, a efetividade do sistema de saneamento básico depende, entre outros fatores, da existência dessa arrecadação específica.

OPERAÇAO NO PORTO PIAUÍ:Boia instalada no Piauí mapeia ventos para futuras usinas de energia eólica no mar

Boia BRAVO foi instalada na costa do Piauí
Boia BRAVO foi instalada na costa do Piauí

A Marinha do Brasil instalou, na costa do estado, a Boia BRAVO, um equipamento fundamental para monitorar os ventos em alto-mar. Com um investimento de R$ 60 milhões da Petrobras, o objetivo do projeto é identificar os pontos mais favoráveis da costa brasileira para a futura instalação de usinas eólicas offshore, que geram energia a partir dos ventos no oceano. O equipamento está posicionado a 40 quilômetros da costa, presa ao fundo do oceano.

Desenvolvida em parceria pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e Institutos SENAI de Inovação, a Boia BRAVO utiliza a tecnologia Floating LiDAR, que emprega sensores para medir com precisão as condições do vento. Segundo a engenheira naval Raíza Oliveira, o sistema também inclui medidores de corrente e uma estação meteorológica completa. A boia é projetada para registrar também outras variáveis importantes como pressão atmosférica, temperatura e umidade do ar.

Com a nova unidade no Piauí, já são cinco boias BRAVO instaladas em diferentes estados, marcando um passo importante para o desenvolvimento da energia renovável no país. 

A instalação foi realizada pelo navio balizador Comandante Manhães, que saiu do cais da Porto Piauí. “Ficamos muito felizes de poder dar esse apoio ao Senai, à Marinha do Brasil, para que essa operação se realizasse com segurança. Acompanhamos todo o processo e estamos satisfeitos com o resultado. É uma primeira operação de muitas que virão”, ressaltou o diretor de operações da Companhia Porto Piauí, Fábio Freitas.

Fonte: Governo do Estado

PARNAÍBA: polícia desarticula esquema de apostas e rifas envolvendo 4 influenciadores

PARNAÍBA: polícia desarticula esquema de apostas e rifas envolvendo 4 influenciadores
Ação da polícia em Parnaíba

Quatro influenciadores digitais foram alvo, nesta sexta-feira (21), da segunda fase da Operação Laverna, deflagrada pelas Polícias Civil e Militar em Parnaíba, litoral do Piauí. Os investigados foram identificados como S.C. dos S. (Sarah Brenna), L.M.B., L.C.M.J. e J.V.A.P., conhecido nas redes como Júnior Mídia. O grupo é suspeito de atuar em crimes digitais ligados à promoção de plataformas de apostas ilegais e à realização de rifas irregulares, movimentando mais de R$ 5 milhões, segundo a Polícia Civil.

Sarah Brenna e o marido Vinícius (à esquerda) e Vitor Mídia (à direita)

Sarah Brenna e o marido Vinícius (à esquerda) e Vitor Mídia (à direita)

As apurações indicam que Sarah Brenna, L.M.B. e L.C.M.J. usavam intensivamente suas redes sociais para divulgar jogos de apostas virtuais — entre eles o chamado “Jogo do Tigrinho” — por meio de vídeos manipulados, exposição de supostos ganhos, linguagem motivacional, sorteios e links personalizados. As estratégias, de acordo com a SSP, buscavam atrair seguidores e criar expectativas irreais de lucro.

Já J.V.A.P. concentrava sua atuação na divulgação de rifas apresentadas como beneficentes, mas sem comprovação de repasse das arrecadações. A investigação aponta que ele lucrava diretamente com a prática. A análise das contas bancárias dos envolvidos revelou movimentações financeiras incompatíveis com qualquer renda formal declarada: L.M.B. movimentou R$ 213.606,60; S.C. dos S., R$ 1.311.784,32; o marido dela, A.S.H.A.S., R$ 1.664.582,01; L.C.M.J., R$ 637.783,14; e J.V.A.P., R$ 1.173.117,64 — valor composto majoritariamente por microtransferências entre R$ 0,02 e R$ 20 enviadas por mais de 3 mil pessoas, padrão típico de rifas clandestinas.

Para o delegado Ayslan Magalhães, os elementos reunidos — ausência de declaração de renda, movimentações atípicas e uso de empresas de pagamentos digitais associadas a jogos ilegais — reforçam indícios de ocultação patrimonial, dissimulação de recursos, evasão fiscal e obtenção de vantagem econômica ilícita. As condutas podem configurar crimes como estelionato, indução do consumidor a erro, loteria não autorizada e lavagem de dinheiro.

“A Polícia Civil continuará atuando de forma firme e incansável no enfrentamento aos crimes digitais. Não vamos tolerar o uso das redes sociais para promover apostas ilícitas, rifas ilegais ou qualquer prática destinada a enganar consumidores e obter vantagens indevidas”, afirmou o delegado.

Durante o cumprimento das medidas judiciais, foram apreendidos carros, motos e relógios de luxo nas residências dos investigados.

O nome da operação faz referência à deusa romana Laverna, associada a atos ocultos e práticas fraudulentas — uma alusão ao caráter dissimulado das ações investigadas.

A Operação Laverna é conduzida pela 2ª Delegacia Seccional de Parnaíba, com apoio da Delegacia de Combate às Facções, Homicídios e Tráfico (DFHT), da Superintendência de Operações Integradas (SOI), da Diretoria de Inteligência (DINT), do LAB-LD e do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO). O espaço segue aberto para manifestação das defesas.(Pensarpiaui)

Alcolumbre reclama que Lula não avisou e escolha de Messias para STF abre crise

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado).

A escolha do presidente Lula (PT) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma crise entre o Planalto e o comando do Senado, cujo presidente, Davi Alcolumbre (União-AP), pressionava pela escolha do seu parceiro, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

O anúncio de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, nesta quinta (20), foi recebido com irritação pelo presidente do Senado, que esperava ser informado previamente da decisão. Ele se queixou de que não recebeu qualquer contato de antes da indicação, tampouco do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

“Não recebi nenhum telefonema do presidente Lula, nem mesmo do líder do governo, Jaques Wagner, sobre a indicação de Messias”, declarou.

Político da velha guarda, que dedica o mandato ao “garimpo”de cargos para indicar seus apadrinhados, Alcolumbre usou sua posição de “dono da pauta” do Senado para bajular Lula para tornar o petista “agradecido”, sem condições de recusar a indicação que fez de Pacheco para a vagada no STF.

A demora do anúncio, que já incomodava o próprio STF, foi provocada exatamente pela tentativa de Lula de “administrar” Alcolumbre, até que cansou e anunciou Messias de surpresa.

Horas depois do anúncio, o presidente do Senado informou que irá pautar projetos que desagradam o governo, já a partir da próxima terça-feira (25), como a votação da proposta de previdência de agentes de saúde, que deve ter impacto bilionário para municípios e para União.

Veja abaixo a nota completa compartilhada pelo senador:

(Diário do Poder)

Prefeita de Luzilândia esclarece nota publicada sobre presença de religioso supostamente vetada pelo Bispo de Parnaíba

Nota

A respeito da nota publicada neste blog (Fonte: Portal Encarando/Silas Freire), com o título: “Bispo de Parnaíba veta presença do frade carismático na região e desafia prefeituras”, a prefeita de Luzilândia, Fernanda Marques, enviou a seguinte Nota de Esclarecimento:

Após reportagem do GP1, Ministério Público investiga contrato da Prefeitura de Luzilândia - GP1

Prefeita Fernanda Marques

“Informo que, como Prefeita de Luzilândia, não obtive qualquer recusa do Bispo Dom Edvalter Andrade com relação a vinda de religioso a cidade de Luzilândia, não tendo a Prefeitura de Luzilândia buscado a suposta autorização noticiada em alguns meios de comunicação.

Reafirmo que a Prefeitura de Luzilândia, em obediência à Constituição Federal e reconhecendo o auxílio de todas as profissões de Fé expressas pelo nosso povo, matém o respeito e o diálogo com todas as religiões. Somos gratos a todos a todos os congregados às diversas profissões de fé.

Eu, como cristã católica, sem desrespeitar as normas que impõem a atuação laíca da administração municipal, reafirmo meu respeito e o da minha família à autoridade de nosso Bispo, Dom Edivalter Andrade, que conduz a Diocese de Parnaíba com zêlo, competência, transparência e diálogo.

Respeitosamente,

Fernanda Marques
Prefeita de Luzilândia

Gracinha Mão Santa trabalha na perspectiva de dobrar o eleitorado em 2026

Abram os olhos, todos!

Quando a deputada estadual Gracinha Mão Santa anunciou que deixaria o PP, o senador Ciro Nogueira alertou que seriam menores, se não nulas, as chances de ela renovar o mandato. O anúncio serviu para todos que assim pensassem.

Comigo, não!

A deputada Gracinha faz as contas que não exatamente as do senador e acha que, na situação atual, a perspectiva é de que seu eleitorado vai dobrar.

Foto: AlepiDeputada Gracinha Mão Santa

Gracinha Mão Santa garante que terá mais votos em 2026

Chapa quente

A questão é que o MDB virou um partido com uma chapa proporcional em que quem não tiver para além de 40 mil votos na eleição do ano que vem, periga ficar de fora da Assembleia Legislativa.

Eleita com 39,5 mil votos em 2022, quando dispunha da máquina da prefeitura de Parnaíba, mas assumindo os votos dos que não gostam do desgastado Francisco, Gracinha terá muito mais que 40 mil. Contam seus aliados.

Olha, olha!

Na eleição de 2022, entre os dez deputados estaduais mais votados, cinco eram do MDB, todos com 44 mil votos ou mais.

No PP, o mais votado, Dr. Thales, que deve também sair, ficou com 57,7 mil votos – o terceiro mais votado, atrás de Georgiano Neto (109 mil votos) e Severo Eulálio (59,1 mil).

Atentai bem

O que Ciro Nogueira disse com propriedade é que no PP, para se eleger deputado estadual, será necessário ter menos votos nominais que no MDB e no PT.

Aliás, no PT, mesmo com uma chapa proporcional muito forte, a tendência é que será necessário ter menos votos que no MDB.

Migração

Não é sem razão que o PT lança a rede na direção do MDB, oferecendo ponte para acesso ao partido àqueles que desejem concorrer a deputado estadual. Incluindo nomes com mandato.

Um exemplo é Bárbara do Firmino, que recebeu de Fábio Novo, presidente do PT, convite para concorrer pelo partido.(Portalaz)

Bispo de Parnaíba veta presença do frade carismático na região e desafia prefeituras

A informação correu forte nos bastidores políticos e eclesiásticos do Norte do Piauí. O Bispo de Parnaíba teria barrado oficialmente as iniciativas das prefeituras de Esperantina e Luzilândia, que tentavam trazer o popular Frei Gilson para eventos religiosos na região. Segundo relatos, a negativa foi categórica: enquanto ele for o responsável pela Diocese, o frade carismático não se apresentará em nenhuma cidade sob sua jurisdição. 

A decisão do bispo reforça a percepção de que o alto clero piauiense está se articulando para limitar a atuação de Frei Gilson no Estado. Fontes ligadas à Igreja Católica relatam que, em Teresina, também não houve entusiasmo da Arquidiocese comandada por Dom Juarez Sousa para receber o religioso, que arrasta multidões e inspira grande devoção popular. Prefeitos e organizadores que tentam viabilizar a vinda do frei argumentam que o evento teria forte potencial de mobilização de fiéis, turismo religioso e impacto econômico.

Mas, do lado eclesiástico, pesam preocupações sobre protagonismo, independência pastoral e a ascensão de figuras religiosas com enorme influência nas redes sociais, mas pouca vinculação direta às dioceses locais. No meio político, a avaliação é direta: Frei Gilson apaixona o povo e lota praças, mas inquieta setores da hierarquia católica.(Silas Freire/Encarando)

Aliado do Karnak, Henrique Pires exibe agenda conservadora e alfineta hegemonia do PT

Na base aliada do governo estadual, o deputado Henrique Pires (MDB) segue destoando do discurso majoritário. Além de defender pautas de forte apelo conservador como a proibição da linguagem neutra (“todes”, “menines”) nos órgãos públicos e a punição administrativa para quem consumir maconha em espaços coletivos  o parlamentar também tem se queixado, nos bastidores, da hegemonia do PT dentro da coligação.

Henrique Pires tem repetido que o Partido dos Trabalhadores estaria “abocanhando demais” espaços políticos e ignorando os aliados históricos, como MDB, PSD e Republicanos. Ou seja, aliado do Karnak, mas cada vez mais com discurso e postura de independência  e, muitas vezes, alinhado ao conservadorismo que o PT tenta evitar.(Silas Freire)

Sem água, moradores e empresários dependem de carro-pipa em Barra Grande

A crise hídrica que atinge Barra Grande e outros povoados do município de Cajueiro da Praia tem provocado um cenário de insegurança e indignação entre moradores, empresários e donos de pousadas. A região, um dos principais destinos turísticos do Piauí e referência internacional para o kitesurf, vive desde setembro uma situação extrema: poços secando, falta de água nas residências e dependência crescente de carros-pipa.

Morador de Barra Grande, Gabriel Nolêto relata que a situação tem afetado a rotina da população. Segundo ele, o problema é antigo, mas se agravou de forma acelerada nos últimos meses. 

Sem água, moradores e empresários dependem de carro-pipa em Barra Grande - (Arquivo/ O Dia)Arquivo/ O Dia

Sem água, moradores e empresários dependem de carro-pipa em Barra Grande

“Devido ao aumento populacional, de empreendimentos e, consequentemente, de poços perfurados, a crise hídrica está só se intensificando. Desde setembro os poços estão secando. O poço da casa da minha família está seco, assim como os dos meus vizinhos. Quase todos os poços do bairro Borogodó estão secos, e as pessoas ficam dependendo de ter que buscar água em outro lugar. Quem não tem cisterna não sabe o que fazer da vida e fica numa situação insalubre, tendo que encher galões de água para tomar banho ou fazer o básico da vida. Muitas pessoas não aguentam essa situação e vão embora de Barra Grande”, enfatiza.

Com os poços secos, a saída tem sido recorrer a carros-pipa, uma alternativa cara e que nem todos conseguem pagar. “A média de preço de um carro-pipa é R$ 500, que corresponde a nove caixas d’água. Se a pessoa não tem a cisterna, como guardar essa água? E quem tem a cisterna, será que tem condições de pagar um carro-pipa? É um valor exorbitante”, questiona. 

Ainda de acordo com Gabriel Nolêto, o impacto vai além das residências. Pousadas, hotéis e restaurantes também dependem de abastecimento próprio. “As pousadas, em sua maioria, dependem de carro-pipa para sobreviverem e manterem seus negócios funcionando. Temos um turismo internacional, por conta do kitesurf, mas a cidade não tem canalização e, onde tem, a água não chega de jeito nenhum porque a adutora nunca foi finalizada”, relata. 

Ele também critica a falta de investimentos estruturais ao longo dos anos e explica que a promessa da construção de uma adutora, que traria a água para essa localidade, é antiga e já foi feita por diversos gestores, porém nunca foi concretizada. 

Eduardo Gomes mora em Barra Grande há quase 12 anos, quando sua família decidiu abrir seu próprio negócio. O problema com a falta de abastecimento é antigo, mas, segundo o empreendedor, como o povoador era pouco conhecido e movimentado, não havia tanto cobrança da população por mais investimentos. 

“Mas o tempo foi passando e as coisas não mudarem muito. Continuamos com o problema da falta de água, mas sempre‘dando um jeito’, como o poço, que tem nos salvado, mas é algo que depende muito da natureza, então, se não chove o suficiente, temos uma água mais salgada e com qualidade ruim para utilização e banho. Não usamos essa água para cozimento, então precisamos comprar água de galão ou caminhão pipa e isso aumenta muito nossos custos”, explica. 

Segundo o empresário, o desabastecimento do povoado compromete não somente o funcionamento dos empreendimentos, como acaba afastando os turistas, uma vez que a falta de água dificulta a realização de atividades básicas, como o banho dos visitantes após os passeios. 

“Utilizamos muito a água de poço, mas neste ano, em especial nesses últimos três meses, a água piorou muito e está bastante ruim, e tem lugares que nem água tem mais. Há relatos de empresários gastando cerca de R$ 4.500 por mês somente com água”, complementa Eduardo Gomes.

Contraponto

Por meio de nota, a Águas do Piauí se manifestou sobre a reclamação realizadas por moradores e empresários residentes em Barra Grande. A concessionária informou que tem atuado para resolver a problemática e melhorar o abastecimento da região.

Confira abaixo a nota da Águas do Piauí: 

Desde que assumiu os serviços de saneamento em Cajueiro da Praia, no dia 31 de maio, a Águas do Piauí vem atuando para melhorar o sistema de distribuição de água, que apresenta limitações históricas amplamente conhecidas pela população. 

A empresa está executando uma série de melhorias, incluindo a ativação de um reservatório móvel com capacidade de 70 mil litros, substituição de registros que apresentaram falhas e a realização de estudos e avaliações para a implementação de soluções estruturais e de longo prazo na região.

A concessionária permanece à disposição da população por meio do número 0800 223 2000 (ligações e WhatsApp, 24 horas), do aplicativo Águas App e do site www.aguasdopiaui.com.br. (O Dia)

Deputados Florentino Neto e Rubens Vieira alinhando Parceria administrativa com o prefeito de Parnaíba

Os deputados Florentino Neto (PT) e Rubens Vieira (PT) aproximam o prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel (Progressistas), do governo  estadual. Uma importante e nova  ponte será a obra do piscinão do bairro Piauí, com licitação prevista para o inicío de 2026, solução definitiva para drenagem de uma área muito atingida por enchentes em Parnaíba.

O investimento é resultado de emendas ao orçamento da União indicadas por Florentino Neto para a secretaria de Defesa Civil do Estado executar a obra com apoio da prefeitura de Parnaíba.  As lideranças políticas aceleram ambiente de relações harmoniosas da prefeitura de Parnaíba com o governo do estado, pouco comum nas últimas duas gestões. (Elivaldo Barbosa)

Como a Câmara facilitou a vida do crime organizado

Deputado federal Merlong Solano

Por Merlong Solano(*)

A aprovação, pela Câmara dos Deputados no último dia 18 de novembro, do Projeto de Lei 5582/2025 – conhecido como PL Antifacção – representa muito mais do que uma simples alteração legislativa. Sob o pretexto de endurecer penas, o texto aprovado, de relatoria do deputado bolsonarista Guilherme Derrite (PP-SP), configura um grave retrocesso que, na prática, desmonta instrumentos cruciais de investigação e protege os interesses do crime organizado que diz combater.

A proposta original, enviada pelo presidente Lula e construída ao longo de seis meses sob a coordenação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, partia de um eixo estratégico inteligente: atacar o financiamento das organizações criminosas. Era um projeto estruturado para atingir o “andar de cima” do crime, onde se encontram os líderes e seus aliados de colarinho branco. O substitutivo aprovado, no entanto, vira essa lógica de cabeça para baixo.

Movido por um viés político-ideológico, o novo texto desfigura a proposta do Executivo e cria um monstrengo jurídico que beneficia criminosos, asfixia financeiramente as principais instituições de combate ao crime, como a Polícia Federal, e joga o sistema de segurança pública em um perigoso cenário de insegurança jurídica e fragmentação.

Um dos pontos mais críticos do projeto aprovado é o enfraquecimento deliberado da Polícia Federal e da Receita Federal. A retirada de recursos do Fundo Nacional de Aparelhamento da PF e de outros fundos que sustentam a política nacional de segurança, como o FNSP e o FUNPEN, é um ataque direto à capacidade operacional da principal instituição policial do país. Paralelamente, a proposta dificulta bloqueios de bens, enfraquecendo justamente o combate ao fluxo financeiro do crime, fulcro central da proposta original.

Além do desmonte orçamentário, o texto cria brechas legais que serão amplamente exploradas pela defesa dos criminosos. A substituição do tipo penal “Organização Criminosa Qualificada”, bem delineado no projeto do governo, por um conceito vago e inédito de “domínio social estruturado”, é uma porta aberta para a impunidade. Essa invenção do relator, não devidamente caracterizada, garantirá aos advogados dos chefes do crime organizado uma série de recursos para protelar processos e até mesmo inviabilizar condenações.

Enquanto o crime organizado atua em rede, com operações integradas em nível nacional e internacional, o PL aprovado na Câmara fortalece a estadualização das ações de segurança. Ao reduzir a capacidade de articulação do Ministério da Justiça, o projeto conduz ao isolamento e à fragmentação das operações em âmbito estadual. Essa desintegração é um presente para facções como o PCC e o Comando Vermelho, que operam justamente explorando as lacunas e a falta de coordenação entre as forças estaduais.

Diante de tantos retrocessos, uma pergunta inevitável se impõe: é mera coincidência que um projeto que amordaça a Polícia Federal seja aprovado justamente no momento em que as investigações da PF atingem o coração do sistema financeiro, como ficou evidente nas operações que investigaram fintechs ligadas ao PCC e, mais recentemente, o Banco Master.

Ficou claro que o projeto  aprovado é parte de uma estratégia de setores que querem desestruturar o trabalho da PF e proteger grupos poderosos atingidos por investigações recentes, como as que envolveram o Banco Master.

A bancada do PT votou contra este substitutivo por entender claramente os riscos que ele representa para a segurança do país. A esperança agora reside no Senado Federal, que tem a responsabilidade e o dever de rejeitar esse retrocesso e restabelecer um marco legal que, de fato, fortaleça o Estado no combate à criminalidade. Operações como a Carbono Oculto, que investigou a máfia dos combustíveis, ou a que apura o caso Banco Master, são essenciais para a democracia. Elas devem continuar, queiram ou não alguns parlamentares. A sociedade brasileira não pode pagar o preço de uma lei aprovada de qualquer jeito.

(*) Merlong Solano é deputado federal (PT-PI) e vice-líder da Bancada do PT na Câmara

Antifaccão: Governo não quis conversar com relator sobre combate a criminosos

Deputado Guilherme Derrite (PP-SP) | Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Relator da lei Antifacção, Guilherme Derrite (PP-SP) revelou um detalhe não registrado no noticiário: o governo Lula (PT), que costuma vitimizar bandidos, não quis conversar com o deputado. Ele não conseguiu discutir o projeto nem com representante da Secretaria de Relações Institucionais, da irascível Gleisi Hoffman, nem com seu marido líder do PT ou qualquer liderança governista: “Eles não queriam o debate, queriam apenas misturar política com segurança pública”, concluiu.

Soltando cachorros

Ela foi a primeira a reclamar da escolha do relator, alegando direito à propriedade de um “projeto do governo”. Depois, soltou seus cachorros.

Brios atingidos

Gleisi e sua turma fizeram Lula ligar para dar bronca no presidente da Câmara por escolher Derrite. Deu errado: tocou nos brios de Hugo Motta.

Derrota no horizonte

Lula, Gleisi et caterva se irritaram com a nova derrota na Câmara, como quando Derrite relatou o projeto que acabou as saidinhas.

Melhorou muito

A falta de diálogo com o PT fez bem ao texto final, que, ao contrário da proposta original, endurece de fato contra organizações criminosas. (Cláudio Humberto)